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Preso diz que deu a site acesso a dados hackeados

Agência Estado
postado em 25/07/2019 13:00
A investigadores da Operação Spoofing, Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", preso na terça-feira, 23, por suspeita de hackear centenas de autoridades, afirmou ter dado ao jornalista Glenn Greenwald acesso a informações capturadas do aplicativo Telegram, diz o jornal O Estado de S. Paulo. A defesa do jornalista, fundador do site The Intercept Brasil, disse, em nota, que "não comenta assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas". A Polícia Federal tem indícios de que os quatro suspeitos presos são os mesmos que acessaram conversas trocadas pelo Telegram de altas autoridades dos Três Poderes, entre elas o ministro da Justiça, Sérgio Moro; procuradores da Lava Jato; o ministro da Economia, Paulo Guedes; e a líder do governo Bolsonaro no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP). As provas foram encontradas em perícias, buscas e apreensões e baseadas em depoimentos dos presos realizados ma terça. O The Intercept Brasil tem divulgado desde 9 de junho mensagens trocadas entre Moro e procuradores da Lava Jato, relativas ao período em que ele era juiz do caso em Curitiba. O site sustenta que recebeu o conteúdo de fonte anônima. A informação de que Walter "Vermelho" relatou ter contato com Greenwald foi confirmada ao Estado por duas altas fontes da operação. Segundo elas, o hacker disse conhecer o jornalista. A reportagem não conseguiu confirmar se presencialmente ou se eles teriam tido apenas contato virtual. Os investigadores tratam o relato com cautela, uma vez que o hacker é apontado como estelionatário - razão pela qual tudo o que ele informar será investigado, especialmente a partir da quebra dos sigilos bancário, fiscal e telemático do grupo, autorizada pelo juiz Vallisney Oliveira, da 10.ª Vara Federal de Brasília. Essas informações poderão revelar com quem os suspeitos conversaram nos últimos meses e a origem do dinheiro atribuído a dois deles - o casal Gustavo Henrique Elias Santos e Suellen Priscila de Oliveira movimentou R$ 627 mil em dois períodos no ano passado e neste ano. Uma das linhas de investigação apura se eles venderam os dados e com qual motivação. O casal e, ainda, Danilo Cristiano Marques, também foram presos. Todos os suspeitos são do interior de São Paulo. Do grupo, além de Walter "Vermelho", Gustavo Santos confirmou que teve acesso às mensagens interceptadas de autoridades e outras pessoas a partir do computador de "Vermelho". O defensor de Gustavo Santos, Ariovaldo Moreira, disse que ele afirmou em depoimento que, ao tomar conhecimento das mensagens, alertou o colega de que ele poderia ter problemas. Segundo o advogado, seu cliente relatou também que "Vermelho" tinha interesse em vender os dados para o PT. Em nota, o partido criticou Moro e afirmou se tratar de "criminosa tentativa" de envolver a sigla no caso. 'Fonte de confiança' No Twitter, Moro escreveu nesta quarta-feira, 24, que "pessoas com antecedentes criminais" são a "fonte de confiança daqueles que divulgaram as supostas mensagens obtidas por crime". O ministro não citou nomes, mas, ao apontar "pessoas com antecedentes criminais", se referiu ao grupo preso na Operação Spoofing. Walter "Vermelho", que mora em Araraquara, interior paulista, acumula processos por estelionato, falsificação de documentos e furto. O ministro também registrou que>

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