Alessandra Azevedo, Renato Souza
postado em 25/07/2019 17:44
Além de nomes como os dos ministros Sérgio Moro (Justiça) e Paulo Guedes (Economia), como anunciado na quarta-feira (24/7), a lista de autoridades que tiveram os telefones hackeados inclui também o presidente da República, Jair Bolsonaro; a procuradora-geral da República, Raquel Dodge; e os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e do Superior Tribunal de Justiça (STJ), João Otávio de Noronha.As informações são da Polícia Federal. Os autores da invasão, segundo a corporação, . Em nota, o Ministério da Justiça informou que Bolsonaro foi "devidamente comunicado" sobre o fato, por uma "questão de segurança nacional". Mais cedo, o presidente disse que não trata de temas sensíveis pelo celular. "Perderam tempo comigo", garantiu.
Maia se queixa de divulgação de nomes
Segundo a PF, apesar da invasão, nenhum dado teria sido coletado do aparelho de Maia, de acordo com investigadores. O deputado afirmou que desconhece o hackeamento e queixou-se da divulgação de nomes."Num dia, eles prendem acusados de hackear as pessoas e, no dia seguinte, vazam os nomes de todo mundo que foi vítima. Isso está errado", afirmou o presidente da Câmara ao site do jornal Estado de S. Paulo. Para Maia, a PF deveria zelar pelo sigilo das investigações.
Já o presidente do STJ foi avisado, na tarde desta quinta-feira (25/7), pelo ministro Moro, de que está na lista de autoridades hackeadas. Alcolumbre e Dodge também teriam sido vítimas.
Material será descartado
Moro informou que o material obtido vai ser descartado para não haver devassa da intimidade das autoridades. A Polícia Federal suspeita de que pelo menos mil contas diferentes do aplicativo Telegram tenham sido hackeadas. Isso por conta da quantidade de atalhos para perfis de juízes, jornalistas, delegados e políticos que foram encontrados no desktop do computador de um dos suspeitos.Os investigadores aguardam o avanço das diligências para confirmar a amplitude do ataque. Ainda também é necessário periciar o material para saber a quais celulares, de fato, os invasores conseguiram interceptar conteúdos das conversas realizadas por meio de aplicativos de mensagens.