Agência Estado
postado em 25/07/2019 18:16
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), também foi alvo de ataques virtuais do grupo preso sob suspeita de hackear de autoridades. O nome do deputado está em entre os citados pelos investigados durante depoimentos à Polícia Federal. A informação foi divulgada pela GloboNews e confirmada pelo Estadão/Broadcast. Questionado sobre a invasão, Maia afirmou que não utiliza o aplicativo Telegram, meio usado para invadir as contas das vítimas.
Na lista das vítimas, também consta o presidente do Superior Tribunal de Justiça, ministro João Otávio de Noronha.
O celular da procuradora-geral da República, Raquel Dodge, sofreu uma tentativa de invasão do grupo preso sob suspeita de hackear autoridades. A informação foi confirmada pela Procuradoria Geral da República (PGR). Diferentemente de outras autoridades, no caso da Dodge, os invasores não conseguiram ter acesso aos dados. O fato já era sabido na PGR desde maio, e foi identificado pela área de tecnologia de informação do órgão, que vistoriou vários aparelhos depois que integrantes do MPF do Paraná denunciaram as invasões.
Entre os alvos do suposto hacker está até mesmo o presidente Jair Bolsonaro. Ele foi informado pelo Ministério da Justiça, que confirmou a informação em nota oficial na manhã de hoje. Um dos suspeitos, Walter Delgatti Neto, o "Vermelho", também afirmou à PF que um ministro do Supremo está entre as vítimas, de acordo com pessoas que tiveram acesso ao seu depoimento. A reportagem não conseguiu confirmar o nome do ministro.
Além de Walter, outras três pessoas estão presas em Brasília suspeitas de participarem da invasão a celulares de autoridades dos Três Poderes, entre elas o ministro da Justiça, Sergio Moro; procuradores da Lava Jato; o ministro da Economia, Paulo Guedes; e a líder do governo Bolsonaro no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP). As provas foram encontradas em perícias, buscas e apreensões e baseadas em depoimentos dos presos realizados na terça-feira, 23. De acordo com a PF, o número de vítimas pode passar de mil.
"Vermelho", afirmou, segundo pessoas que tiveram acesso ao seu depoimento, que não pediu nenhuma contrapartida financeira ao dar acesso ao material hackeado ao jornalista Glenn Greenwald - conforme antecipou o jornal O Estado de S. Paulo.
No Twitter, Greenwald voltou a reafirmar que não comenta sobre a fonte, mas publicou reportagem em que "Vermelho" afirma ter entregue o material de forma anônima e não remunerada. "Como sempre falamos: 'Em depoimento, Delgatti, um dos quatro presos pela PF, disse que encaminhou as mensagens ao jornalista Glenn Greenwald, fundador do site, de forma anônima, voluntária e sem cobrança financeira'".
A defesa de Glenn, fundador do site The Intercept Brasil, disse, em nota, que "não comenta assuntos relacionados à identidade de suas fontes anônimas".