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Embaixada: governo faz consulta aos EUA

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 27/07/2019 04:04
Planalto aguarda acordo com governo americano para nomear Eduardo Bolsonaro embaixador em Washington

A polêmica envolvendo a indicação do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, como embaixador do Brasil em Washington (Estados Unidos) ganhou novo desdobramento. Na saída do Palácio da Alvorada para cumprir agenda em Goiânia, ontem, o presidente disse que fez o pedido de agrément ; sinal verde ; ao governo norte-americano para que Eduardo possa assumir o posto na capital norte-americana.

O presidente diz que a formalização da consulta aos Estados Unidos foi acertada diretamente com o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo. ;Acho que foi mandado ontem o agrément, acho que foi ontem, se não me engano. A gente não está com pressa, não tem problema não;, afirmou Jair Bolsonaro.

No Ministério das Relações Exteriores (MRE), diplomatas confirmaram ao Correio que o pedido de agrément de Eduardo Bolsonaro chegou aos Estados Unidos. Geralmente, o processo é mantido sob sigilo até que o governo do país de destino do candidato a embaixador aceite a indicação. A atitude é vista como uma quebra de protocolo.

Inicialmente, havia a expectativa de que Eduardo Bolsonaro fosse enviado aos Estados Unidos e que o filho do presidente Donald Trump, Eric, ocupasse o mesmo cargo no Brasil. A assessoria de imprensa de Eric desmentiu a informação.

Presidente da Comissão de Relações Exteriores da Câmara, Eduardo Bolsonaro demonstra interesse na política internacional desde o fim do ano passado, após seu pai vencer as eleições presidenciais. A primeira visita do deputado foi justamente aos Estados Unidos. Ele se reuniu com formadores de opinião da direita conservadora, políticos e empresários.

Polêmica


A possibilidade de Eduardo Bolsonaro assumir a embaixada no lugar de Sérgio Amaral, que desocupou a vaga em abril, causou polêmica dentro e fora do governo. Diplomatas se queixam da inexperiência do filho do presidente da República, que completou 35 anos recentemente. Esse é um dos requisitos mínimos para que uma pessoa ocupe o cargo.

Na Câmara, tramitam um projeto de lei e uma proposta de emenda à Constituição (PEC) pedindo que seja proibido indicar pessoas de fora da carreira diplomática para o cargo de embaixador brasileiro no exterior. Os projetos são de autoria do Cidadania.

Antes da chancela presidencial em torno do deputado, o mais cotado para assumir o posto era Nestor Foster, o número dois da embaixada brasileira em Washington. Foster apresentou o atual chanceler ao guru bolsonarista Olavo de Carvalho. O Correio apurou que Foster continuará exercendo função abaixo de Eduardo Bolsonaro, caso ele seja, de fato, embaixador. (BB)

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