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Hacker queria passar dados ao PT

Correio Braziliense
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postado em 28/07/2019 04:04
Gustavo Santos (E) disse que teve o celular invadido por Delgatti Neto (D)


Na sequência de depoimentos colhidos pela Polícia Federal dos suspeitos de invadirem celulares de autoridades dos Três Poderes, foram ouvidos o DJ Gustavo Henrique Elias Santos, Suelen Priscila de Oliveira e Danilo Cristiano Marques. Os investigadores querem entender qual é o nível de envolvimento deles nos hackeamentos. Gustavo afirmou que também teve o celular invadido por Walter Delgatti Neto, o único, até agora, a confessar a intercepção de mensagens do ministro da Justiça, Sérgio Moro, e de outros integrantes da República.

Gustavo alegou que nunca se envolveu com fraudes bancárias. Assim como Delgatti Neto, ele declarou à PF que, além de DJ, aplica dinheiro em carteiras da moeda virtual bitcoin. No depoimento, revelado pela TV Globo, os investigadores perguntaram sobre as senhas e as chaves de acesso às contas onde o dinheiro é movimentado. No entanto, ele preferiu o silêncio. Também se recusou a citar qual é o montante que tem em investimentos. Os quatro acusados estão sendo mantidos separados em Brasília. Suelen foi levada para a Penitenciária Feminina do Distrito Federal.

Segundo o DJ, Delgatti Neto é ;simpatizante do Partido dos Trabalhadores; e disse que repassaria as conversas vazadas do aplicativo Telegram para a legenda. Essa versão corrobora o depoimento dado pelo hacker, que afirmou ter a intenção de oferecer o conteúdo à sigla, mas o entregou, de forma voluntária e gratuita, ao jornalista Glenn Greenwald, do The Intercept.

Em nota, o PT afirmou que ;sempre foi alvo desse tipo de farsa, como ocorreu na véspera da eleição presidencial de 1989, quando a polícia vestiu camisetas do partido nos sequestradores do empresário Abílio Diniz antes de apresentá-los à imprensa;. A legenda também declarou que ;tomará as medidas judiciais cabíveis contra os agentes e os responsáveis por mais essa farsa; e que ;quem deve explicações ao país e à Justiça é Sérgio Moro, não quem denuncia seus crimes;.

Também durante o depoimento, Gustavo disse ter notado que seu celular havia sido invadido, após receber diversas chamadas pelos aplicativos WhatsApp e Telegram. De acordo com ele, em seguida, percebeu que tinha perdido o acesso a suas contas. O DJ também contou que Delgatti Neto já foi preso pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) quando portava uma carteirinha falsa de estudante de medicina da Universidade de São Paulo (USP). (RS)

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