postado em 31/07/2019 04:04
Em visita ao Brasil desde segunda-feira, o secretário de Comércio dos Estados Unidos, Wilbur Ross, manifestou preocupação com o acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia, fechado no fim do mês passado, em Bruxelas, depois de 20 anos de negociação. ;É importante que não haja nada neste acordo que seja contraditório a um acordo de livre-comércio com os Estados Unidos;, disse o secretário a jornalistas após evento da Câmara de Comércio Brasil-Estados Unidos, em São Paulo.
Segundo Ross, os Estados Unidos têm divergências com a comunidade europeia em setores como farmacêutico, químico, de alimentos, de automóveis e em questões fitossanitárias. Ele afirmou que o estreitamento da relação entre as administrações Trump e Bolsonaro começou durante a visita do brasileiro aos Estados Unidos, em março, ;desde quando ambos vêm trabalhando para melhorar as relações comerciais;.
Ross sinalizou que o acordo entre Brasil e Estados Unidos é um projeto de longo prazo. Segundo ele, para desenvolver a economia, o Brasil deveria considerar fazer uma reforma regulatória, tributária e da Previdência, que ;melhoram o ambiente de negócios do país e ajudam a se livrar da corrupção;. Ele citou também a conclusão de um acordo de investimentos entre a Boeing e a Embraer entre as ações a serem feitos antes da assinatura de um tratado de livre-comércio.
Para o consultor de comércio internacional. Wagner Parente, da BMJ, um acordo desse tipo é um projeto de longo prazo, que envolve a negociação de tarifas em conjunto com o Mercosul, a exemplo da negociação com a União Europeia. Ele acredita, porém, que pode haver avanços em medidas de facilitação de comércio e em torno de cotas para o trigo americano no mercado brasileiro e para os embarques de açúcar para os Estados Unidos. No ano passado, a corrente de comércio entre os dois países foi de US$ 103,9 bilhões, sendo US$ 66,4 bilhões de vendas americanas, e US$ 37,5 bilhões em embarques de produtos brasileiros (C.D)