postado em 31/07/2019 08:25
Com apoio do Ministério Público Federal e da Receita Federal, a Polícia Federal deflagra, na manhã desta quarta-feira (31/7), a operação Rock City, 62; fase da Lava-Jato. Cerca de 120 policiais federais cumprem um mandado de prisão preventiva, cinco de prisão temporária e 33 de busca e apreensão em 15 diferentes municípios em cinco Estados.
As ordens foram expedidas pela 13; Vara Federal de Curitiba (PR). Os agentes estão cumprem as ordens nas cidades paulistas de Boituva, Fernandópolis, Itu, Vinhedo, Piracicaba, Jacareí, Porto Feliz, Santa Fé do Sul, Santana do Parnaíba e São Paulo; além de Cuiabá (MT); Cassilândia (MS); Petrópolis e Duque de Caxias (RJ); e Belo Horizonte (MG).
De acordo com a PF, o objetivo é apurar o pagamento de propinas travestidas de doações de campanha eleitoral realizada por empresas do do Grupo Petrópolis. A corporação afirma que o grupo ;teria auxiliado a Odebrecht a pagar valores ilícitos de forma oculta e dissimulada, através da troca de reais no Brasil por dólares em contas no exterior;.
A PF também ressalta que os fatos guardam estrita relação com as atividades da Odebrecht. ;Responsável por viabilizar os pagamentos ilícitos do Grupo de forma profissional e sofisticada, para evitar o rastreamento dos valores e a descoberta dos crimes pelas autoridades de persecução penal;, afirma.
Presidente alvo
O presidente do Grupo Petrópolis, Walter Faria, é o alvo do mandado de prisão preventiva e, até às 11h, ainda não havia sido localizado pela PF. Três executivos ligados ao grupo já haviam sido presos temporariamente até esse horário. Todos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal no Paraná, onde serão interrogados.
De acordo com a PF, Faria já estava envolvido em outras investigações da Lava Jato, como o envolvimento com o ex-governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, mas que movimentações recentes de recursos de offshore indicariam tentativa de dissipação de patrimônio adquirido de maneira ilícita. Isso motivou o pedido de prisão e a deflagração da operação de hoje.
No total, Walter Faria e outros executivos do Grupo Petrópolis teriam atuado na lavagem de cerca de R$ 329 milhões de reais em contas fora do Brasil e movimentado US$ 106 milhões em operações no exterior, segundo o Ministério Público Federal.
Também foi apurado que Walter Faria utilizou o programa de repatriação de recursos do exterior de 2017 para trazer R$ 1,3 bilhão ao Brasil. Contudo, de acordo com a PF, há indícios de que essa movimentação tenha sido irregular e que os recursos seriam provenientes da prática de ;caixa dois; na empresa.
Doações em campanhas eleitorais
Ainda de acordo com a PF, um executivo da Odebrecht, em colaboração premiada, afirmou que utilizou o grupo investigado para realizar doações de campanha eleitoral para políticos de outubro de 2008 a junho de 2014. Em contrapartida, a Odebrecht investia em negócios do grupo investigado.
A operação afirma que o esquema é para movimentar valores ilícitos destinados sobretudo para pagar propina a funcionários públicos da Petrobras e da Administração Pública brasileira e estrangeira. Outro delito a ser apurado é o de lavagem de dinheiro.
Também foi apurado que um dos executivos do Petrópolis utilizou o programa de repatriação de recursos do exterior de 2017 para trazer R$ 1,3 bilhão ao Brasil. Contudo, de acordo com a PF, há indícios de que essa movimentação tenha sido irregular e que os recursos seriam provenientes da prática de ;caixa dois; na empresa.
A Justiça também determinou o bloqueio de ativos financeiros dos investigados. Os presos serão levados para a Superintendência da Polícia Federal no Paraná, onde serão interrogados. O nome da operação remete ao nome à tradução para o inglês de Cidade de Pedra, significado em português das palavras gregas que remetem ao grupo investigado.
Com informações da Agência Brasil