Ingrid Soares, Rodolfo Costa
postado em 01/08/2019 12:59
Durante cerimônia na manhã desta quinta-feira (1;/8), na qual assinou a medida provisória que institui o programa Médicos pelo Brasil, o presidente Jair Bolsonaro criticou a vinda de especialistas cubanos para o país. Segundo o presidente, quando o Mais Médicos chegou a Brasília, ele manifestou preocupações, devido à "questão ideológica".
"Conhecia o que estava sendo tramado naquele momento. Não era a vida dos brasileiros. Mas o que era vendido aqui era uma coisa completamente diferente. Se os cubanos fossem tão bons assim, teriam salvado a vida de Hugo Chávez", disse Bolsonaro, em referência ao fato de o ex-presidente da Venezuela ter ido tratar um câncer, do qual acabou morrendo, em Cuba. "Não deu certo. Deu azar. Se os cubanos fossem tão bons assim, Dilma e Lula teriam aqui no Planalto cubanos para atendê-los, e não brasileiros;, completou.
Ele criticou ainda a forma como eram tratados os cubanos no Brasil. Segundo Bolsonaro, os médicos eram proibidos de frequentar eventos sociais nas cidades de trabalho, como casamentos, festas e batizados, e também não podiam trazer a família para o país.
"Ditadura cubana"
Bolsonaro afirmou que o programa foi criado pelo PT como um instrumento de um projeto de poder e o caracterizou como uma "ditadura cubana", uma vez que teriam sido destinados R$ 1,2 bilhão, "tirando dos profissionais que estavam aqui".
"Os cubanos aqui não poderiam, por exemplo, trazer seus familiares. E quem é pai e mãe sabe o que é ficar longe do seu filho ou da pessoa amada. Isso foi ignorado pelo PT. Por anos, mães e pais ficaram afastados de seus maridos e esposas e dos seus filhos. Uma questão humanitária simplesmente que foi estuprada pelo PT."
Bolsonaro apontou também que a questão do Mais Médicos no passado foi voltada para a formação de núcleos de guerrilha no Brasil. "Quando falava, era simplesmente ridicularizado". Sobre o novo programa, Médicos pelo Brasil, o presidente se limitou a dizer que a medida é "muito bem-vinda".