postado em 02/08/2019 04:04
O ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou, ontem, uma notificação ao presidente Jair Bolsonaro para que ele dê explicações, no prazo de 15 dias, sobre a afirmação de que o estudante e militante Fernando Augusto de Santa Cruz Oliveira foi morto pelo ;grupo terrorista; Ação Popular, do qual fazia parte, durante a ditadura militar, por suspeitas de traição. Barroso é o relator da interpelação protocolada na quarta-feira pelo presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz, filho de Fernando. Segundo conclusões da Comissão Nacional da Verdade e de outros documentos oficiais, o militante foi preso e morto por forças do Estado, e o corpo até hoje não foi encontrado.A interpelação faz uma série de questionamentos a Bolsonaro, mas ele não é obrigado a responder. O documento pergunta, por exemplo, se o presidente efetivamente tem conhecimento das circunstâncias da morte de Fernando Santa Cruz. Também quer saber quais informações o chefe do Planalto recebeu, além de perguntar se ele pode nominar os autores do crime e informar a localização dos restos mortais do militante. Outra questão é sobre os motivos de o chefe do governo não ter denunciado ou determinado a apuração dos fatos.
As declarações de Bolsonaro foram feitas na segunda-feira, durante entrevista em que ele criticava a atuação da OAB na investigação sobre o atentado à faca que sofreu em Juiz de Fora (MG). A Ordem havia se posicionado contra operações de busca e apreensão e outras violações das prerrogativas do advogado que defendia o autor do crime, Adélio Bispo.