Politica

Ricardo Salles bate boca com deputados em Comissão na Câmara dos Deputados

Após ser comparado a um ''office boy'', o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deixou a Comissão de Integração Regional e Desenvolvimento Regional da Amazônia escoltado por seguranças

Bernardo Bittar
postado em 07/08/2019 17:17
CB Poder entrevista o ministro do Meio Ambiente Ricardo SallesO ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, deixou a audiência pública na Comissão de Integração Regional e Desenvolvimento Regional da Amazônia, na Câmara dos Deputados, escoltado por seguranças após bate-boca com parlamentares da oposição. A visita de Salles, nesta quarta-feira (6/8), ao Congresso, ocorre depois da polêmica demissão de Ricardo Galvão da diretoria do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Galvão foi exonerado após rebater críticas do presidente Jair Bolsonaro sobre a divulgação dos dados sobre desmatamento na Amazônia.

Durante a audiência, Salles foi criticado por substituir Galvão pelo militar Darcton Policarpo Damião, e pela suposta proximidade com madeireiros e muralistas, que têm interesse na exploração da floresta e dos territórios indígenas na região. O ministro perdeu a paciência e mostrou irritação após o deputado Nilto Tatto (PT-SP) comparar a atuação dele com a dos bandeirantes, que caçavam índios e exploravam as riquezas naturais no país no período colonial.

Tatto disse, ainda, que Salles era "o melhor ministro da Agricultura no ministério do Meio Ambiente" e o comparou a um "office boy" dos interesses do agronegócio. "O senhor é o office boy desse modelo de desenvolvimento que quer destruir os recursos naturais e comprometer a vida no futuro. O senhor só Não se parece fisicamente com Borba Gato, Fernão Dias e Domingos Jorge Velho, mas a ação é o novo bandeirantismo. Vai lá cooptar, matar (...)", disse o deputado.

Ricardo Salles reagiu usando o assassinato do ex-prefeito de Santo André (SP), Celso Daniel, para rebater a crítica. "Não sou office boy coisa nenhuma. Quem deve saber muito bem de matar gente em razão de coisas é o pessoal que está envolvido no assunto do Celso Daniel. Não admito que o senhor me trate desse jeito", afirmou. Diante do forte e temperamental discurso das duas partes, o presidente da comissão, Átila Lins (PP-AM), encerrou a audiência. O ministro deixou a Câmara escoltado por seguranças.

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