Politica

Bolsonaro confirma intenções de transferir o Coaf para o Banco Central

A proposta ainda não está pronta, mas Bolsonaro admite que mantém conversas com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, para concluir o texto a ser enviado ao Congresso

Rodolfo Costa
postado em 09/08/2019 10:47
Bolsonaro deu a entender que a decisão depende da vontade do presidente do Banco CentralO presidente Jair Bolsonaro confirmou nesta sexta-feira (9/8) a intenção de transferir para o Banco Central o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). Depois da aprovação da Medida Provisória (MP) 870 no Congresso, a autarquia, que começou a gestão sob o guarda-chuva do Ministério da Justiça, passou para o Ministério da Economia, onde, historicamente, pertencia. Agora, sob orientação do chefe da equipe econômica, Paulo Guedes, o Executivo pensa em elaborar um novo dispositivo que transfira o órgão para a autoridade monetária brasileira, a fim de blindá-lo de pressões políticas.

A proposta ainda não está pronta, mas Bolsonaro admite que mantém conversas com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, para concluir o texto a ser enviado ao Congresso. ;O que nós pretendemos é tirar o Coaf do jogo político. Pretendemos e temos conversado. Tudo onde tem política sempre sofre pressões de um lado ou outro. Nâo é desgaste pra mim, nem pro Moro. Caso vá para o BC, vai fazer seu trabalho sem qualquer suspeição de favorecimento político de lado ou outro;, declarou.

[SAIBAMAIS]A decisão, pelo que deixou claro, depende da vontade do próprio presidente da autoridade monetária. ;Vai depender. Se vai ser o BC (que vai ficar com o Coaf) quem vai decidir é o Roberto Campos);, declarou. E, pelas palavras do capitão reformado, Campos Neto deu o sinal verde para a execução da mudança, a ponto de ele ter esboçado a Bolsonaro algumas ideias sobre como seria o Coaf no BC. ;Agora, o que parece que ele pretende é ter um quadro efetivo do Coaf, que mudaria de nome, inclusive;, afirmou.

As conversas são tratadas internamente entre Guedes e Campos Neto. E Bolsonaro se mostrou simpático à ideia. Resta, no entanto, conversar com o Congresso e deixar os líderes avisados. ;Posso, hoje, falar pro Moro tirar o cara (do Coaf) daqui. No meu entendimento tira (a autarquia do Ministério da Economia). Quero evitar isso daí. Quanto menos o Estado, a política interferir no destino do Brasil, entendo que seja melhor;, ponderou.

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