postado em 14/08/2019 04:04
O destino do Coaf ainda é incerto. O governo deve encaminhar, até o fim da semana, ao Congresso Nacional, uma medida provisória para criar a nova estrutura do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf). O órgão é ligado ao Ministério da Economia e poderá ser transferido para o Banco Central (BC) e se chamará Unidade de Inteligência Estratégica.Apesar de o porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, afirmar, ontem, que ;não há definição; sobre o assunto e que se ;trata, obviamente, de ilações de momento, que poderão no futuro ser confirmadas ou não;, na última sexta-feira, o presidente Jair Bolsonaro admitiu que mantém conversas com o presidente do BC, Roberto Campos Neto, para concluir o texto a ser enviado ao Congresso.
;O que nós pretendemos é tirar o Coaf do jogo político. Tudo onde tem política sempre sofre pressões de um lado ou outro. Não é desgaste pra mim, nem para o Moro. Caso vá para o BC, vai fazer seu trabalho sem qualquer suspeição de favorecimento político de lado ou outro;, afirmou o presidente.
A decisão, pelo que deixou claro, depende da vontade de Campos Neto, que segundo sinalizou Bolsonaro, já deu sinal verde para a troca e, inclusive ideias sobre como o Coaf ficaria no BC. ;O que parece é que ele pretende é ter um quadro efetivo do Coaf, que mudaria de nome, inclusive;, afirmou o presidente.
A crise no órgão se agravou quando o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, impediu o uso de informações do Coaf em investigações sem prévia autorização judicial. A decisão beneficia o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O presidente do conselho, Roberto Leonel, criticou a decisão de Toffoli e vem sendo pressionado a deixar o cargo.