O presidente Jair Bolsonaro afirmou que o Brasil todo está sem dinheiro e que o governo tem feito o que pode para manter o país. ;Em casa que falta pão, todos brigam e ninguém tem razão. Os ministros estão apavorados. Estamos tentando sobreviver. Não tem dinheiro, e eu já sabia disso. Estamos vendo o que podemos ver para poder fazer expediente;, destacou. Ele disse que a situação é tão grave que a jornada de militares do Exército será reduzida para meio expediente. ;Não tem comida para dar ao recruta que é o filho de pobre. E a situação que nos encontramos é grave. Não há maldade da minha parte. Não tem dinheiro, só isso, mais nada.;
As declarações do chefe do Palácio do Planalto foram em resposta à pergunta sobre a suspensão de novas bolsas, por falta de verbas, no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O Conselho diz ter um deficit de R$ 300 milhões no orçamento deste ano.
Bolsonaro também voltou a atacar o PT e chegou a comparar o Bolsa Família a um tipo de ;condução coercitiva;. Segundo ele, o programa era utilizado pelos governos petistas com fins eleitorais, para ganhar votos. Para o chefe do Executivo, ;esses que dominaram o país; nos últimos governos, em referência às gestões petistas, não tinham a educação como prioridade, mas, sim, ;o título de eleitor (em uma mão), e, na outra, o ;cartão de um programa assistencial;. ;O que tira a juventude da miséria, ou homem, ou mulher, é o conhecimento. Não são programas sociais que, em alguns casos, são necessários. Até pela idade e pela condição daquela pessoa, mas não podemos crescer pensando nisso;, sustentou.
Na cerimônia do Dia Internacional da Juventude, no Planalto, o presidente aproveitou para engatar um discurso conservador: ;Se fossem três, quatro anos atrás, em um evento como esse, talvez tivéssemos dois homens se beijando aqui na frente, estimulando, desacreditando, desconstruindo a heteronormatividade, como está no plano nacional de promoção e cidadania LGBT. Nada contra quem quer ser feliz com o parceiro igual a si, mas não podemos impor isso daí;, criticou.
Cuba também foi alvo das alfinetadas de Bolsonaro. Ele manifestou dúvidas sobre como recuperar a Argentina, que tem, segundo disse, em torno de 60 mil cubanos morando no país. ;O Brasil botou em torno de 10 mil (cubanos) fantasiados de médicos aqui dentro, em locais pobres, para fazer células de doutrinação e guerrilha. Tanto que, quando cheguei, eles foram embora, porque eu ia pegá-los;, disparou. ;Não sabem responder (sobre aplicação de medicamentos). Estavam aqui doutrinando porque cada cabeça tinha um valor que mandava para Cuba. Davam em torno de R$ 100 milhões para a ditadura cubana.; (RC)
R$ 300 milhões
Deficit que o CNPq anunciou que tem no orçamento deste ano