postado em 18/08/2019 04:10
O projeto de lei de abuso de autoridade vai ditar o ritmo da semana que se inicia. E com a sinalização do presidente Jair Bolsonaro de que serão vetados trechos da proposta aprovada pelo Congresso, a tendência é de que a relação fique estremecida com o Parlamento. ;Que vai ter veto, vai;, disse Bolsonaro, em Resende (RJ), onde dormiu na sexta-feira para participar de uma cerimônia na Academia Militar das Agulhas Negras (Aman). O presidente ainda não afirmou quais pontos pretende suprimir do PL aprovado, mas a tendência é que um dos pontos seja sobre a punição à utilização irregular de algemas.O presidente teve uma longa agenda no sábado, que começou, justamente, com a cerimônia de entrega de espadins aos cadetes da Aman. Na solenidade, Bolsonaro discursou para a corporação e voltou a falar sobre a Amazônia e, até, das eleições na Argentina. Do Rio de Janeiro, Bolsonaro partiu para São Paulo, passando por Guaratinguetá, a caminho de Barretos, onde participou da cerimônia de abertura do rodeio da 64; Festa do Peão de Boiadeiro de Barretos.
Na tradicional festa do interior paulista, Bolsonaro elogiou a agropecuária. ;Esse momento em que todos criticam as festas de peão ou a vaquejada, com orgulho, estou com vocês. Para nós, não existe politicamente correto. Faremos o que tem que ser feito. Pela ocasião do encontro G20, em Osaka, pela primeira vez na vida, os poderosos do mundo receberam o presidente da República do Brasil em pé de igualdade. Não voltei pra cá para demarcar terras indígenas ou quilombolas;, afirmou.
Na Aman, ao homenagear os cadetes, Bolsonaro destacou que as Forças Armadas são defensoras da democracia, e lembrou que parte dos militares será enviada para a Amazônia, que chamou de ;rica e cobiçada;. Desta vez, o presidente não citou a Alemanha e a Noruega, que suspenderam, respectivamente, o pagamento de US$ 80 milhões e R$ 133 milhões, respectivamente, do Fundo Amazônico esta semana por conta do aumento do desmatamento na região. A verba era utilizada na fiscalização e nas operações de combate ao desflorestamento do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).
;As Forças Armadas, em todo o momento em que a pátria assim as requereu, não faltaram com o compromisso de lealdade ao seu povo, de cumprir a missão em defesa da democracia e da liberdade. Vocês daqui, sairão para os quatro cantos deste nosso querido Brasil, levar sangue novo a este povo;, disse o presidente. ;Em especial, há aqueles que irão para a nossa rica e cobiçada Amazônia. Nós temos compromisso com este pedaço de terra mais rico e sagrado do mundo. Não é à toa que outros países cada vez mais tentam ganhar a guerra da informação para que nós venhamos a perder a soberania sobre essa área;, completou Bolsonaro.
Foi a primeira vez que Bolsonaro participou da cerimônia como presidente da República. Ele estava acompanhado de integrantes do primeiro escalão do governo, governadores e autoridades de outros Poderes, como o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM); o presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli; a procuradora-geral da República, Raquel Dodge; os ministros da Infraestrutura, Tarcísio Freitas; da Secretaria de Governo, Luiz Eduardo Ramos; da Defesa, general Fernando Azevedo e Silva; do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno; os governadores de São Paulo, João Doria; Goiás, Ronaldo Caiado; e do Rio de Janeiro, Wilson Witzel;
Sobre as eleições na Argentina (leia mais na página 15), Bolsonaro mandou uma mensagem para a chapa favorita do país, formada por Alberto Fernández e a ex-presidente Cristina Kirchner, que ganharam com folga as primárias. Para o presidente, o Brasil não pode ;se aproximar de políticas outras que não deram certo em nenhum lugar do mundo;. ;Peçamos a Deus, neste momento, que a nossa querida Argentina, mais ao Sul, saiba como proceder, através do seu povo, para não retroceder. A liberdade não tem preço;, afirmou.
Delegado relata ;forças externas;
A interferência política em cargos- chave da Receita no Rio de Janeiro abriu mais uma crise. Com o cargo ameaçado, o delegado da Receita no Porto de Itaguaí (RJ), José Alex Nóbrega de Oliveira, enviou uma mensagem a colegas do órgão relatando interferência de ;forças externas que não coadunam com os objetivos de fiscalização; da Receita Federal. O texto circulou em grupos de WhatsApp de delegados da Receita e aumentou ainda mais a pressão no órgão: auditores fiscais que ocupam as mais altas posições de chefia ameaçam entregar os cargos caso sejam efetivadas indicações políticas na superintendência do Rio.