postado em 28/08/2019 04:05
O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, afirmou que foi dele a ideia de levar pessoas de fora do serviço público para a Unidade de Inteligência Financeira (UIF), o antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que será integrada à estrutura do BC. ;Não tive, entretanto, nenhuma intenção de permitir ingerência política. A escolha será do presidente do Banco Central, e eu entendo muito pouco de política;, disse ele, em audiência na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado.
Campos Neto disse que o BC trabalha em um processo de aperfeiçoamento regulatório, que tem como uma de suas linhas a autonomia do BC. Ele argumentou que países em que o banco central tem mais autonomia apresentam inflação mais baixa e menos volátil. ;Nesse caminho do modelo regulatório, tive conversa com o ministro (Paulo Guedes, da Economia) sobre o Coaf, de forma que o organismo tivesse autonomia operacional. Como o BC está no caminho da autonomia, entendemos que, por ser um órgão mais técnico, o BC poderia blindar o Coaf;, afirmou.
;O Coaf é um centro de processamento de dados que faz relatórios de inteligência financeira e passa para as autoridades. O Coaf não faz investigação;, reforçou o presidente do BC. Ele disse, ainda, que, na primeira reunião com o pessoal do órgão, constatou que o modelo era obsoleto: não tem dados na nuvem e só conta com uma pessoa na área de tecnologia. ;A ideia de trazer gente de fora não era para interferência política, era para modernizar. Ter gente de fora torna o ambiente mais saudável;, afirmou Campos Neto.