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Bolsonaro se articula pela Amazônia e abre portas para recursos da Alemanha

Presidente diz que visitará a Amazônia e revelou conversa por telefone com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel

Rodolfo Costa
postado em 30/08/2019 13:02
Bolsonaro
O presidente Jair Bolsonaro está se engajando pessoalmente no combate às queimadas na Amazônia. Nesta sexta-feira (30/8), ele conversa por telefone com a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, e afirmou que o governo está aberto a receber recursos para o Fundo Amazônia. Informou, ainda, que, na próxima semana, deve fazer uma visita à região. Articulações à parte, a queda de braço com o presidente da França, Emmanuel Macron, continua.

A relação com Merkel melhorou consideravelmente. Depois de declarações fortes e em tom debochado em referência à suspensão do repasse de cerca de 35 milhões de euros do governo alemão ao Fundo Amazônia, o presidente flexibilizou o discurso. Na primeira quinzena de agosto, sugeriu que a Alemanha usasse as verbas suspensas para reflorestar as matas nativas do país. Nesta sexta, disse que aceitaria doações, desde que ele saiba para onde serão destinados. ;Sem problema nenhum. Agora, queremos saber para onde vai essa grana;, avisou.

Em parte, disse Bolsonaro, os recursos são transferidos, geralmente, para Organizações Não-Governamentais (ONGs) que, para ele, ;não tem retorno nenhum;. ;Em parte, vai para boas coisas, comprar material, etc, mas é muita grana para pouca preservação;, alertou. Contudo, ele ainda mantém o entendimento de que o Brasil tem mais a ensinar sobre preservação ambiental do que as nações europeias. ;A Europa toda, não é só a Alemanha. A Europa toda, junta, não tem lições para nos dar no tocante à preservação do meio ambiente;, ponderou.

O presidente não adiantou a conversa que terá com Merkel, até por deixar claro que será ela que entrará em contato. ;Está previsto um telefonema dela hoje;, explicou. O contato, explica, está relacionado a uma mudança de tom nos diálogos. ;Ela começou com um tom, depois foi para a normalidade;, afirmou. Além de Merkel, Bolsonaro mostrou disposição em dialogar com países dispostos a ajudar a Amazônia, menos com o presidente francês.

Cabo de guerra

No entanto, se contradisse, ao afirmar ser ;um diplomata; e ;uma pessoa aberta ao diálogo;. ;Estou disposto a conversar com qualquer um, exceto com nosso querido Macron, a não ser que ele se retrate sobre nosso soberania da Amazônia. Aí, eu converso com ele;, disse. Bolsonaro ressaltou não ter intenção de receber os 20 milhões de euros sinalizados pelo G-7, mas aceitaria verbas por vias bilaterais. ;Qualquer recurso individual, de um país para o outro, a gente conversa. Agora, o Macron quer doar em nome do G-7, e isso não é verdade;, sustentou.

O governo norte-americano deve ser um dos países que doará verbas ao Brasil. Bolsonaro disse que ;talvez tenhamos novidade logo mais;. ;O Ernesto (Araújo, chanceler brasileiro) e o Eduardo (Bolsonaro, deputado federal) estão lá nos EUA. Talvez eles tenham algo para adiantar da conversa com o Trump. Eu pedi pro Trump nos ajudar. O Trump tem dito, também, que não poderia tomar uma decisão sem ouvir o Brasil. O Brasil é um país amigo de todo mundo;, destacou.

A previsão de visitar a Amazônia está no radar de Bolsonaro. ;Talvez semana que vem. Conversei com o (Luiz Eduardo) Ramos (ministro-chefe da Secretaria de Governo). Ele está no Nordeste e é ele quem está tratando do assunto. Mas existe a possibilidade, sim (de visitar a região);, explicou. Antes, neste sábado (31/8), ele irá com a primeira-dama, Michelle Bolsonaro, à Escola de Equitação da Polícia Militar do Distrito Federal. No domingo (1;/9), ele irá a São Paulo, ao Templo de Salomão, sede mundial da Igreja Universal do Reino de Deus. ;A tarde, devo ver o jogo do Palmeiras e Flamengo, em algum lugar. Não vou no Rio (de Janeiro), não;, afirmou.

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