Politica

Embaixador da França ironiza ''boicote'' de Bolsonaro a marca de canetas

"Sim, o BIC é francês... mas ele também é brasileiro! O BIC é um dos principais empregadores de Manaus", escreveu o representante francês

Ingrid Soares
postado em 31/08/2019 12:24
O embaixador da França no Brasil, Michel Miraillet, ironizou a declaração do presidente Jair Bolsonaro de que não iria mais utilizar canetas da marca BIC porque a empresa é francesa

O embaixador da França no Brasil, Michel Miraillet, ironizou na última sexta-feira (30), a declaração do presidente Jair Bolsonaro (PSL) de que não iria mais utilizar canetas da marca BIC porque a empresa é francesa.
Miraillet escreveu em uma postagem no Twitter que a empresa emprega trabalhadores na Zona Franca de Manaus, fato que parecia ser de desconhecimento do presidente brasileiro. "Sim, o BIC é francês ... mas ele também é brasileiro! O BIC é um dos principais empregadores de Manaus e provavelmente centenas de colaboradores ficarão surpresos com o fato de essa realidade ainda não ter atingido o @Planalto", conclui.
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A afirmação por parte de Bolsonaro ocorreu durante uma live transmitida pelo Facebook na noite da última quinta-feira (29/8), na qual o chefe do executivo explicava que indultos de fim de ano serão dados a "policiais presos injustamente", que teriam sido condenados por "pressão da mídia".
A assinatura do documento seria feita "com caneta Compactor porque a Bic é francesa", falou rindo o presidente, ao sugerir um boicote à França. Bolsonaro ainda aproveitou para chamar a ajuda oferecida pelo presidente francês Macron, para combate às queimadas na Amazônia de "esmola".
"O Brasil vale muito mais do que 20 milhões de dólares", afirmou. "O Macron me acusou de mentiroso, colocou em jogo a nossa soberania sobre a Amazônia", completou.
A crise entre os dois representantes começou quando o presidente francês, Emmanuel Macron, criticou a forma como Bolsonaro está lidando com as queimadas na Amazônia e acusou Bolsonaro de mentir sobre seus compromissos com o meio ambiente. Macron anunciou que o país vai se opor ao tratado de livre comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Depois, em uma postagem de um dos seus seguidores no Twitter, o presidente brasileiro ofendeu a primeira-dama francesa Brigitte Macron com um comentário (recentemente apagado). Macron por sua vez declarou que "espera que brasileiros tenham presidente à altura do cargo".
Com isso, Bolsonaro disse que só aceitaria o dinheiro francês com um pedido de desculpas de Macron. O estranhamento entre os líderes segue, ao que parece, sem prazo de validade.


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