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Sites fazem acusação contra Dallagnol

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 03/09/2019 04:04
O procurador teria captado recursos de empresária investigada


De acordo com informações divulgadas pela Agência Pública e pelo The Intercept, o coordenador da força-tarefa da Lava-Jato no Paraná, Deltan Dallagnol, intermediou repasses da advogada Patrícia Tendrich Pires Coelho da Asgaard Navegação para o Instituto Mude ; Chega de Corrupção. Ela é próxima de Eike Batista, do Grupo X, e do banqueiro André Esteves. Os dois são alvo de inquéritos e condenações na Justiça.

Em nota, a força-tarefa confirmou que Dallagnol conheceu a empresária em 2016, ocasião em que, de acordo com o Ministério Público Federal no Paraná, ;ela externou seu apoio à Lava-Jato, e ambos conversaram sobre a atuação apartidária e anticorrupção do Instituto Mude, que ela demonstrou interesse em conhecer;. Ainda de acordo com a nota, o coordenador ;apresentou integrantes do Instituto Mude à sra. Patrícia, ainda em 2016, segunda e última oportunidade em que a encontrou;.

Citando supostas mensagens trocadas por Dallagnol, por meio do aplicativo Telegram, com outros procuradores da Lava-Jato, a Agência Pública afirma que ele sabia da ligação de Patrícia Coelho com Eike Batista e André Esteves. A empresa dela, Asgaard, forneceu navios para a Petrobras. Em uma das mensagens enviadas em um grupo de procuradores, em que também estavam integrantes do Mude, Dallagnol comenta ter conhecido Patrícia Coelho. ;Caramba. Essa viagem de ontem foi de Deus. Além dela, estava um deputado federal que se comprometeu a apoiar rs;, escreveu.

Na suposta conversa, ele não deixou claro quem era o deputado ao qual se referia. Um dos fundadores do instituto, Hadler Martines fala da ligação dela com investigados. ;Talvez, vocês já tenham feito isso, mas, sobre nossa investidora anjo, dei uma boa pesquisada sobre seu histórico e realmente ela parece ser uma grande empresária multimilionária e com grande trânsito com grandes empresários nacionais;, escreveu. ;Hoje ela é sócia de empresa de frotas de navios (Aasgard) e de mineração e portos (Mlog). Algumas coisas que me chamaram atenção: sua empresa fornece navios para a Petrobras; ela é ex-banco Opportunity (famoso Daniel Dantas); ela foi ou é muito próxima do Eike Batista e também do André Esteves (BTG).;

O procurador não respondeu a essa mensagem. Posteriormente, a empresária aparece nas investigações, e Dallagnol avisa aos demais. ;Caros, uma notícia ruim agora, mas que não quero que desanime vcs. A Patrícia Coelho apareceu numa petição nossa e me ligou. Ela disse que tinha sociedade com o grego Kotronakis (um grego que apareceu num esquema de afretamentos da Petrobras e que foi alvo de operação nossa), mas ele tinha só 1%, e ela alega que jamais teria transferido valores pra ele;;, postou. ;Falei que somos 13, cada um cuida de certos casos, que desconheço o caso e que a orientação geral que damos para todos que procuram é: se não tem nada de errado, não tem com o que se preocupar; se tem, melhor procurar um advogado rs.;

A Lava-Jato informou que, ;em 2016, o procurador desconhecia eventual relação contratual existente entre Patrícia ou sua empresa e a Petrobras; e que Dallagnol ;desconhece que tenham surgido nas investigações de André Esteves ou Eike Batista, até hoje, fatos relacionados à sra. Patrícia ou sua empresa;. O MPF-PR informou ainda que a empresária não foi denunciada porque não ;surgiram indícios de crimes em relação a ela e sua empresa;. A reportagem não conseguiu contato com Patrícia Coelho. A Asgaard não atendeu as ligações.(RS)

Denúncia contra Collor é arquivada
Relator da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, o ministro Edson Fachin arquivou uma denúncia de peculato contra o senador Fernando Collor de Mello (Pros-AL). De acordo com o magistrado, ocorreu prescrição, porque o parlamentar completou 70 anos, o que reduz o prazo prescricional pela metade. O parlamentar era acusado de agir, em 2010, para que a BR Distribuidora fechasse contratos com a empresa Laginha Agro Industrial, do alagoano João Lyra. ;Considerando que o último ato criminoso imputado ao investigado ocorreu em outubro de 2010, e que a redução pela metade do prazo prescricional fixa-o em oito anos, houve a extinção da pretensão punitiva estatal em outubro de 2018;, afirmou Fachin.


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