Politica

Atos de protesto em várias cidades

postado em 08/09/2019 04:16


Além dos desfiles oficiais, a comemoração da Independência também foi marcada por protestos contra o governo em várias cidades do país. A 25; edição do Grito dos Excluídos levou manifestantes às ruas de mais de 140 municípios, nos cálculos da Central de Movimentos Populares (CMP), contra cortes de recursos na educação, queimadas na Amazônia, enfraquecimento da política ambiental e de ciência e tecnologia e a reforma da Previdência.

O presidente Jair Bolsonaro pediu, nas redes sociais, que as pessoas trajassem roupas nas cores verde e amarelo no Sete de Setembro. Os opositores reagiram e fizeram campanha para o uso de roupas pretas. Na manhã de sábado, a hashtag #Dia7EuVouDePreto foi um dos assuntos mais comentados no Twitter. A campanha foi capitaneada pela União Nacional dos Estudantes (UNE), que convocou os ;caras pintadas;, em alusão aos protestos ocorridos em 1992 pelo impeachment do então presidente Fernando Collor de Mello.

Em Brasília, a manifestação aconteceu a pouco menos de três quilômetros do desfile oficial, com movimentos sociais e grupos ligados à Igreja Católica. Em São Paulo, começou, na Avenida Paulista, com marcha em direção ao Monumento às Bandeiras, no Parque do Ibirapuera. Presente ao ato, João Carlos Gonçalves, o Juruna, secretário-geral da Força Sindical, afirmou que não havia o que comemorar no Dia da Pátria. ;Milhões de desempregados, empresas nacionais fechando, corte no orçamento da educação e cultura, e um presidente que, quando abre a boca, é um ;Deus nos acuda;. Só um amplo leque comprometido com o povo e com a democracia pode nos salvar;, disse Juruna.

Vagner Freitas, presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), criticou a reforma da Previdência. Ele disse que o governo ;desconhece que trabalhador e trabalhadora não vivem até 65 anos de idade nas regiões mais pobres do país e não vão conseguir comprovar 40 anos de contribuição, porque não têm emprego formal no Brasil;.

Além dos protestos de ontem, as centrais sindicais organizam outros em várias datas comemorativas do país. Em vários estados, grupos indígenas também se juntaram ao coro dos excluídos para pedir a regularização e a demarcação de suas terras.

Em Brasília, a fotógrafa Joice da Silva, 22 anos, a analista administrativa Magda Queiroz, 51, e o servidor público Franciso de Assis, 54, aderiram à cor preta. Encontraram-se nos gramados da Esplanada e decidiram protestar juntos. ;Estamos passando por um momento delicado, em que nossa democracia está ameaçada. Estamos aqui, mas com medo, pois as pessoas que estão de verde e amarelo nos olham torto. É uma pena saber que, em um espaço público, não podemos manifestar nossa opinião;, disse Joice.

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