"Não tem o que explicar. Aquilo ali diz respeito sobre uma empresa minha, nos Estados Unidos, que não tem nada a ver com o mandato. É uma questão de imagem, mas não há golpe. Tem todo um trâmite acontecendo, mas, sabe como é, às vezes, a gente não tem o capital disponível", ponderou o deputado. Miranda detalhou a relação com um dos entrevistados pelo Fantástico, dizendo ter áudios e conversas no WhatsApp sobre o relacionamento profissional entre eles. "Era um lavador de carro, veio me pedir uma oportunidade nos Estados Unidos... Dizer que era sócio (...)", completou.
Miranda disse ter conversado com o presidente nacional do DEM, o prefeito de Salvador ACM Neto (BA), sobre as questões veiculadas na tevê. "Não tem processo criminal, não tem denúncia nem indiciamento. Falei com o ACM e expliquei tudo. O partido aceitou bem, pediu uma nota e o assunto morreu. Não vai ter nada de PAD (processo administrativo disciplinar), mas nós vamos nos manifestar, sim, na quarta-feira", acrescentou.
O deputado se disse "impressionado" com a atitude de pessoas que se dizem vítimas de calote dele, afirmando que "sócios de empresas não vão a público denunciar irregularidades;;. "Isso atrapalha toda a dinâmica de um negócio e prejudica ainda mais o presidente da empresa".
Supostas vítimas de Luis Miranda dizem que o deputado aplicava golpes em sócios que investissem capital em uma empresa nos Estados Unidos. Cerca de 25 pessoas que afirmam ter tido perdas financeiras após envolvimento com Miranda. O deputado nega as acusações.
Ao todo, 250 pessoas teriam sido lesadas pelo parlamentar com prejuízo estimado em mais de R$ 9 milhões. Como argumento, as supostas vítimas dizem que o investimento oferecido não rendeu o retorno esperado. O deputado diz que tudo está sendo pago no devido tempo, rechaçando a possibilidade de calote.
O DEM afirmou em nota que vai "continuar acompanhando os desdobramentos do caso"e fará análise sobre a necessidade de abrir processo disciplinar interno contra Miranda. Nesses casos, há um rito que deve ser seguido, estipulando prazos para explicações e detalhamentos em casos semelhantes.
Luis Miranda foi eleito com 65.107 votos (4,52% do total de votos válidos) nas eleições de 2018. No mês passado, a Justiça determinou que Miranda entregasse seu passaporte, desdobramento de um processo movido contra o deputado em 2011.