postado em 10/09/2019 04:04
A Executiva Nacional do DEM se reúne amanhã para discutir o caso do deputado Luís Miranda (DEM-DF), que está sendo acusado de ter dado calotes milionários em investidores nos Estados Unidos. As denúncias foram tema de uma reportagem no programa Fantástico, da TV Globo, no domingo. Desde então, o deputado tem sido pressionado a dar explicações ao partido que o elegeu.
Em nota, o DEM afirmou que vai ;continuar acompanhando os desdobramentos do caso;e fará análise sobre a necessidade de abrir processo disciplinar interno contra Miranda. Nesses casos, há um rito que deve ser seguido, estipulando prazos para explicações e detalhamentos em casos semelhantes.
Ao Correio, Miranda disse que ;não tem o que explicar; e afirmou que a reportagem da Globo é ;tendenciosa; e que não há qualquer cobrança do DEM sobre o assunto. ;Os problemas do partido são resolvidos em casa;, disse, apesar da reunião marcada.
;Não tem o que explicar. Aquilo ali diz respeito a uma empresa minha, nos Estados Unidos, que não tem nada a ver com o mandato. É uma questão de imagem, mas não há golpe. Tem todo um trâmite acontecendo, mas, sabe como é, às vezes, a gente não tem o capital disponível;, defendeu-se o deputado.
Miranda disse ter conversado com o presidente nacional do DEM, o prefeito de Salvador , ACM Neto. ;Não tem processo criminal, não tem denúncia nem indiciamento. Falei com o ACM e expliquei tudo. O partido aceitou bem, pediu uma nota e o assunto morreu. Não vai ter nada de PAD (processo administrativo disciplinar), mas nós vamos nos manifestar, sim, na quarta-feira;, acrescentou.
As pessoas que acusam Miranda afirmaram, na reportagem, que o deputado aplicava golpes, quando morava nos Estados Unidos, ao oferecer investimentos com retornos que não se consumaram. em uma empresa nos Estados Unidos. Miranda também oferecia cursos pelas redes sociais. O programa Fantástico localizou 25 pessoas que afirmam ter tido perdas financeiras após envolvimento com Miranda. Ao todo, 250 pessoas teriam sido lesadas, com prejuízo estimado em mais de R$ 9 milhões. O deputado afirma que tudo está sendo pago no devido tempo.
Segundo Miranda, as denúncias teriam impactado os negócios. O deputado afirma que um grupo articulado nas redes sociais estaria recebendo recursos para difamá-lo e derrubar as vendas dos cursos oferecidos e afetar os negócios de compra e venda de veículos. Uma investigação da Polícia Civil do Distrito Federal prendeu, na noite de quinta-feira, Daniel Luís Mogendorff, que, em imagens filmadas pelo parlamentar, exigiu o pagamento de R$ 760 mil para parar os ataques.
Da extorsão, Mogendorff, que tem passaporte alemão e mora em Israel, disse que R$ 400 mil seria usado para ;barrar; a matéria publicada pelo Fantástico, alegando ter influência sobre a equipe jornalística. O restante seria usado para pôr fim às publicações produzidas por um grupo de youtubers que o atacavam nas redes sociais. Outros quatro integrantes foram indiciados por extorsão, incitação ao crime, organização criminosa, e por difamação.