O ministro da Justiça, Sérgio Moro, determinou que a Polícia Federal abra investigação para apurar a inclusão do nome do deputado Hélio Negão (PSL-RJ) em um inquérito em andamento na superintendência da corporação no Rio de Janeiro. O ministro suspeita que a citação ao parlamentar como sendo um dos alvos das diligências tenha ocorrido para colocar o governo federal contra a instituição. Hélio Negão é aliado do presidente Jair Bolsonaro e costuma frequentar, com o chefe do Executivo, cerimônias oficiais e eventos em que são anunciados atos de governo.
De acordo com o pedido de Sérgio Moro, a corporação deve investigar se o nome do parlamentar foi adicionado às investigações ;com o aparente intuito de manipular o governo federal contra a Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro;. ;Determino a imediata apuração dos fatos no âmbito administrativo e criminal, com a identificação dos responsáveis;, ordenou Moro.
A desconfiança é de que o verdadeiro suspeito de prática criminosa seja uma pessoa que usa o mesmo apelido do deputado. A Superintendência da PF no Rio esteve dentro de uma polêmica com o presidente Jair Bolsonaro, que, no mês passado, anunciou que substituiria o chefe da corporação no Rio, delegado Ricardo Saadi.
Em nota, a PF informou que o substituto dele seria o delegado Carlos Henrique Oliveira Sousa, de Pernambuco. Mas Bolsonaro afirmou que o cargo seria ocupado por Alexandre Silva Saraiva, de Manaus. Houve a ameaça de entrega de cargos pelos delegados e o presidente aparentemente recuou. Saadi já foi exonerado, mas não houve ainda a nomeação de um substituto. O chefe do Executivo também ameaçou trocar o diretor-geral da corporação, Maurício Valeixo. Mas ele também permanece no cargo.
Luis Miranda se defende
O deputado Luis Miranda (DEM-DF) entregou ontem à assessoria jurídica do partido sua defesa contra a denúncia de que aplicou golpes milionários no Brasil e nos Estados Unidos. O caso foi noticiado no domingo pelo programa Fantástico, da Rede Globo. A Executiva Nacional do Democratas deve se reunir nos próximos dias para discutir a situação do parlamentar. Caso seus esclarecimentos não convençam os correligionários, ele estará sujeito a sanções que podem chegar à expulsão do partido. O Correio solicitou à assessoria do deputado acesso à integra da defesa, mas a resposta foi negativa. A reportagem também não conseguiu contato com o parlamentar.