Politica

Na mira do Conselho de Ética

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 13/09/2019 04:04
Órgão da Câmara Municipal do Rio avalia denúncias contra Carlos Bolsonaro

O presidente da Conselho de Ética e Decoro Parlamentar da Câmara Municipal do Rio de Janeiro, vereador Fernando William (PDT), disse ao Correio que o vereador Carlos Bolsonaro (PSC), filho do presidente da República, Jair Bolsonaro, poderá sofrer sanções caso fique comprovado o uso de funcionários fantasmas em seu gabinete e a prática da ;rachadinha; ; quando o servidor devolve parte do salário ao parlamentar. O caso está sendo investigado em dois procedimentos abertos pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. Segundo Fernando William, o conselho, que é formado por 10 vereadores, discutirá o caso em reunião marcada para o próximo dia 19.

;Vamos acompanhar a ação do MP do Rio de Janeiro e, se as irregularidades foram comprovadas, Carlos Bolsonaro terá que enfrentar o Conselho de Ética;, disse Fernando William. A comprovação de quebra de decoro parlamentar pode abrir caminho para a abertura de um processo de cassação do mandato. ;Ele é filho do presidente da República, mas é um vereador como todos os outros. Se confirmadas as informações, ele terá de enfrentar as consequências;, acrescentou o parlamentar.

Em junho, o conselho não adotou o mesmo procedimento quando o vereador Tarcísio Motta (PSol) pediu, no plenário da Câmara, instauração de processo disciplinar para apurar as denúncias de que Carlos empregou assessores fantasmas. ;Naquela ocasião, o processo não andou porque o caso estava muito polarizado, era uma briga do PSol contra o Carlos Bolsonaro, e muitos vereadores não quiseram se envolver;, disse William. À época, Motta conseguiu apenas nove das 21 assinaturas necessárias.

Briga

Ontem, pelo Twitter, o filho do presidente partiu para o ataque à imprensa por conta da notícia sobre a investigação do Ministério Público. ;Imprensa lixo, não adianta me chamar para a briga, com desinformações que vocês sempre fomentaram, que não vou cair na armadilha. Qualquer um sabe o motivo disso tudo, e qual o objetivo. Tranquilo e despreocupado! Bom dia a todos!”, escreveu, aparentemente atribuindo o caso a uma suposta ação para atingir o pai, o presidente Jair Bolsonaro.

As investigações do Ministério Público foram instauradas depois que reportagem da revista Época revelou, em junho, que Carlos empregou sete parentes de Ana Cristina Valle, ex-mulher do presidente Jair Bolsonaro. Dois admitiram nunca ter trabalhado para o vereador, embora estivessem nomeados. Há também suspeita de que outros três nunca deram expediente na Câmara. (JV)



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