Augusto Fernandes
postado em 21/09/2019 16:50
Apesar de a agenda do presidente Jair Bolsonaro para o dia não prever nenhum compromisso oficial, o chefe do Executivo federal recebeu neste sábado (21/9), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, na residência presidencial, o Palácio da Alvorada.
Com Maia, Bolsonaro conversou por aproximadamente uma hora. De acordo com a assessoria de imprensa do deputado, a reunião teve como objetivo discutir a agenda da Câmara para a próxima semana.
Na pauta do parlamento, está prevista a votação de cinco medidas provisórias de autoria do Poder Executivo, como a de n; 885. Ela altera disposições acerca do Fundo Nacional Antidrogas; da lei que estabelece normas para repressão à produção não autorizada e ao tráfico ilícito de drogas; e da lei que dispõe sobre a contratação por tempo determinado para atender a necessidade temporária de excepcional interesse público.
Além disso, está agendada para terça-feira (24/9), a votação de um dos projetos de lei substitutivo, de autoria do presidente Bolsonaro, sobre a questão das armas. O documento altera trechos da legislação dispõe sobre registro, posse e comercialização de armas de fogo e munição, sobre o Sistema Nacional de Armas (Sinarm) e define crimes.
Ao deixar o Alvorada, Maia não conversou com os jornalistas. Pelas redes sociais, o deputado escreveu que se pronunciaria após o fim do jogo entre Botafogo e São Paulo, pelo Campeonato Brasileiro, que aconteceu nesta manhã - time de Maia, o Botafogo acabou derrotado por 2x1. No entanto, o presidente da Câmara não cumpriu a promessa.
Ministro, advogado e médico
Ernesto Araújo ficou reunido com Bolsonaro por mais tempo, por cerca de duas horas. O encontro aconteceu dois dias antes de o presidente da República viajar até Nova York, na segunda-feira (23/9), em razão da 74; sessão da Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas (ONU). Na terça-feira, Bolsonaro abrirá o evento oficialmente, por meio de discurso. Assim como Maia, o ministro das Relações Exteriores saiu do Palácio da Alvorada sem dar declarações à imprensa.
Entre o encontro com Maia e Araújo, Bolsonaro recebeu o advogado Frederick Wassef, que defende o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ), filho mais velho do presidente. Questionada sobre o motivo do encontro, a assessoria do Palácio do Planalto respondeu que não comenta sobre encontros que não estavam previstos na agenda oficial.
Na sexta-feira (20/9), o senador entrou com uma ação junto ao Supremo Tribunal Federal (STF) para pedir o fim do inquérito que investiga a suposta prática de peculato e lavagem de dinheiro por parte dele e do seu ex-motorista e assessor de gabinete Fábrício Queiroz.
A apuração é conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A defesa de Flávio alega que um habeas corpus que a defesa propôs continuou tramitando no Tribunal de Justiça do Rio mesmo depois da decisão do presidente do STF, Dias Toffoli, em julho, de suspender todos os inquéritos abertos a partir de informações compartilhadas por relatórios do antigo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).
Para o desembargador Antônio Amado, do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, a medida de Toffoli não é válida para a tramitação do habeas corpus dos advogados do senador.
Quem também apareceu no Alvorada neste sábado foi o médico Ricardo Camarinha, da equipe de saúde da Presidência. Ele acompanhou Bolsonaro na avaliação médica que aprovou sua ida a Nova York e integrará a comitiva da viagem.