postado em 25/09/2019 04:08
Em seu discurso na Assembleia-Geral da ONU, o presidente da França, Emmanuel Macron, ignorou o Brasil e o presidente Jair Bolsonaro, a quem não citou em sua fala. Antes, disse à imprensa que não assistiu ao discurso do brasileiro, que fez críticas indiretas ao francês. Já o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, elogiou a fala de Bolsonaro antes de subir ao púlpito. ;Bom discurso;, disse o americano em um cumprimento rápido a Bolsonaro, e não falou sobre meio ambiente, tema dos demais líderes mundiais que discursaram no encontro.Tal qual Bolsonaro, Trump fez um discurso mais voltado a audiências domésticas e voltou a falar da guerra comercial com a China, mandando um recado. Ele disse que não vai aceitar um acordo comercial ruim com a potência asiática. A Guerra econômica entre os dois países já dura 15 meses.
Já Macron defendeu boicote a países que desmatam. ;Não podemos forçar alguns países a fazerem esforços (ambientais) e continuar negociando com aqueles que não o fazem. Não podemos continuar fazendo declarações neste palco e seguir importando produtos que vão contra isso;, disse, afirmando que a ;própria França importa produtos que levam ao desmatamento;. Ele afirmou, ainda, que não se pode resolver os problemas dos países por meio do isolacionismo.
Antes de seu discurso, Macron disse ao jornal O Estado de S. Paulo que não se trata de interesse econômico na floresta, ao se referir a suas falas sobre a Amazônia, mas, sim, segundo ele, de pensar no futuro da região que é ;um bem comum; que todos querem ajudar.
O presidente do Chile, Sebastian Piñera, afirmou que todas as gerações enfrentam desafios, mas nenhuma geração está enfrentando um desafio tão importante como a atual, ao se referir ao aquecimento global e às mudanças climáticas. ;Essa é a mãe de todas as batalhas, porque é uma batalha pela sobrevivência. O ser humano é a criatura mais inteligente que habita a Terra e, ao mesmo tempo, a única que é capaz de destruir seu próprio planeta.;
Ao abrir os debates de alto nível na Assembleia-Geral, o secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse que a emergência climática é agora uma crise climática, uma corrida que o mundo está perdendo. Para ele, os direitos humanos incluem direitos econômicos, sociais, culturais, políticos e civis. ;A diversidade é uma riqueza, nunca uma ameaça;, afirmou.
Na segunda-feira, a primeira-ministra da Alemanha, Angela Merkel, pediu mais cooperação internacional para combater o aquecimento global, na Conferência do Clima. (CD)