Politica

Uma estratégia equivocada

Para senadora, votação da reforma na CCJ deveria ser prioridade. Adiamento gera dúvidas para a sociedade

postado em 25/09/2019 04:09
Simone lamentou que houvesse uma decisão de líderes que optou por adiar a votação para a próxima terça-feira


A votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, marcada inicialmente para ontem, ficou para a semana que vem. Em vez de priorizar o andamento da matéria, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), preferiu ir ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra a operação de busca e apreensão feita na semana passada no gabinete do senador Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), líder do governo na Casa.

A decisão desagradou a presidente da CCJ, Simone Tebet (MDB-MS), que se disse ;contrariada; com o adiamento. Ela enfatizou que a sessão foi cancelada por determinação da Mesa Diretora, não por ideia dela ou do vice-presidente do colegiado, Jorginho Mello (PL-SC). ;Temos que acatar a decisão dos líderes;, lamentou.

Simone definiu a decisão dos líderes, com Alcolumbre, como um ;erro de estratégia;. ;Acho que não é o momento de sinalizar qualquer dúvida para a sociedade em relação à reforma da Previdência. Mas, como não somos líderes e houve uma decisão dos líderes, cabe a mim apenas cumprir a determinação da Mesa Diretora;, explicou.

Assim, conforme o acordo feito entre os senadores, a votação do parecer do relator da reforma, Tasso Jereissati (PSDB-CE), foi remarcada para a próxima terça-feira. A expectativa é que o texto possa ser analisado no mesmo dia também pelo plenário. A votação, entretanto, pode se estender para a quarta-feira.

O segundo turno ainda está previsto para 10 de outubro. Segundo Simone, o calendário final foi mantido por um ;amplo acordo; firmado com líderes, inclusive da oposição. Pelo regimento interno do Senado, depois do primeiro turno, são necessários cinco dias úteis para que a matéria passe para o segundo.

Se forem contadas as segundas e as sextas-feiras, o prazo pode ser cumprido até 10 de outubro. Mas, mesmo que não seja possível, os senadores estariam dispostos a ignorar o prazo, o que pode ser feito caso haja consenso. ;Nessa conta, é possível. E tem acordo dos líderes da oposição para que a gente quebre interstício, se for necessário;, afirmou Simone.

Insurreição
O risco que ainda permanece no radar é que a ;insurreição; das lideranças do Senado, acertada em jantar na segunda-feira na residência de Alcolumbre, reduza a economia prevista no texto da reforma que aguarda votação na CCJ antes de ir a plenário. Segundo estimativas do governo, a atual redação da PEC principal geraria economia de R$ 876,7 bilhões em 10 anos.

;Não há adiamento da reforma da Previdência. É engraçado que fica a informação ou a aparente informação de que uma reunião do Congresso, dos líderes partidários no STF para restabelecer a harmonia, e a independência entre os Poderes, parece que essa reunião atrasa o calendário da reforma da Previdência;, comentou Alcolumbre. ;Se pudermos fazer até 10 de outubro, ótimo. Se não, continua o calendário da primeira quinzena de outubro.;

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação