postado em 26/09/2019 04:14
Em manifestação encaminhada ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador-geral da República interino, Alcides Martins, defendeu a operação de busca e apreensão da Polícia Federal que vasculhou gabinetes do líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE). A posição é oposta à expressada pela ex-procuradora-geral Raquel Dodge, que havia apontado ;pouca utilidade prática; na medida. Autorizada pelo relator do caso no STF, ministro Luís Roberto Barroso, a operação abriu uma nova crise entre o Congresso e o Supremo.
Martins também afirmou que as informações colhidas na investigação permitem concluir ;além de qualquer dúvida razoável; que o senador e o deputado federal Fernando Bezerra Coelho Filho (DEM-PE) ;receberam vantagens indevidas obtidas com as obras Canal do Sertão e a Transposição do Rio São Francisco;.
;Apesar da manifestação contrária da então procuradora-geral, entendo que se faziam presentes os requisitos para o deferimento de todas as medidas requeridas pela autoridade policial;, escreveu Martins. Ele acrescentou que as medidas requeridas pela PF se mostraram ;imprescindíveis para a investigação em curso;.
A PGR enviou uma nova manifestação depois que foi notificada por Barroso do resultado das diligências realizadas pela PF e do pedido de Bezerra Coelho para derrubar a operação e suspender a análise do material apreendido.
Martins afirmou ao STF que as provas colhidas durante a investigação até junho de 2019 constituem ;lastro razoável; de que Bezerra Coelho solicitou, por meio do seu operador, Iran Padilha Modesto, e ao que tudo indica, recebeu para si e para seu filho Fernando Bezerra Coelho Filho vantagem indevida em razão da função pública de ministro da Integração) e senador. O parlamentar é investigado por recebimento de propina de R$ 5,5 milhões.