postado em 26/09/2019 04:14
Manifestantes favoráveis à abertura da CPI da ;Lava-Toga; para investigar ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) tentaram, na tarde de ontem, invadir a sede da Corte, no intervalo do julgamento de um habeas corpus que pode alterar decisões judiciais em todo o país, inclusive da Lava-Jato. Policiais militares dispararam gás lacrimogêneo quando um grupo de pessoas vestidas de verde e amarelo tentou derrubar as grades que cercam a área externa do prédio. Um PM atingido no rosto por uma pedra foi levado a um hospital e tomou pontos, mas o estado dele não é grave, segundo informou a assessoria de imprensa da corporação. Ninguém foi detido.
O cheiro do gás lacrimogêneo chegou ao edifício-sede do STF, levando os seguranças a fecharem às pressas as janelas, o que não foi suficiente. O gás invadiu as dependências do tribunal, assustando convidados e servidores que acompanham a sessão plenária. Foi preciso que bombeiros distribuíssem máscaras para os presentes.
Os seguranças também mantiveram por instantes as portas do plenário fechadas, para impedir que o gás lacrimogêneo chegasse ao local onde estavam os 11 ministros. Os manifestantes se concentraram desde a manhã na Praça dos Três Poderes, com palavras de ordem contra os ministros do STF, cartazes com a foto do presidente Jair Bolsonaro, bonecos infláveis representando políticos e o ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro. Havia também um painel com as fotos dos ministros do STF Gilmar Mendes, Alexandre de Moraes e Dias Toffoli, presidente da Corte.
Durante os protestos, eles chegaram a se confrontar com manifestantes favoráveis à soltura do ex- ministro Luiz Inácio Lula da Silva, mas não houve incidentes.
O protesto foi organizado por movimentos sociais e por parlamentares que defendem a abertura da CPI da Lava-Toga no Senado. A proposta enfrenta a oposição do presidente da Casa, Davi Alcolumbre (DEM-AP), e de vários parlamentares, como o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ). O ato também contou com a participação de senadores do movimento Muda Senado, que pede mais transparência no Poder Judiciário, além da instalação da CPI para investigar ministros da Suprema Corte.
Lula tem mais um recurso negado
A 8.; Turma do Tribunal Regional Federal da 4.; Região (TRF-4) negou, por unanimidade, requerimento da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para a inclusão de mensagens divulgadas pelo site The Intercept nos autos do processo criminal sobre o sítio de Atibaia. Os advogados requeriam que todos os diálogos apreendidos na Operação Spoofing que se relacionassem direta ou indiretamente com Lula fossem anexados aos autos como prova. Para a defesa, os diálogos indicam parcialidade dos integrantes da Lava-Jato. Segundo o relator do caso, desembargador João Pedro Gebran Neto, as correspondências foram obtidas ;por meio de interceptação de mensagens trocadas em ambiente privado por autoridades públicas sem a devida autorização judicial, o que torna o material imprestável como prova;.