Apesar de o Congresso ter derrubado 18 trechos vetados pela Presidência da República sobre a lei que define situações que configuram como abuso de autoridade, o presidente Jair Bolsonaro evitou tensionar a relação com o Parlamento. A apoiadores, classificou o Legislativo como um ;freio necessário;, sustentando que muitas pautas de interesse do Executivo estão avançando, outras não.
A fala é um gesto simbólico do ponto de vista do processo de construção de maioria e base junto à Câmara e Senado. Ao evitar polemizar, Bolsonaro ganha pontos junto ao Congresso, sobretudo por ser um comentário feito diretamente ao eleitorado. ;Muitas pautas que nos interessam estão avançando no Parlamento, outras não, o que é normal da democracia;, destacou, nesta quinta-feira (26/9).
O presidente ponderou que não pode pôr a vontade do governo em tudo. ;Até porque se, um dia, alguém, com um sentimento de ditador, chegar no meu lugar, vai querer impor sua vontade. Então, o Parlamento é um freio necessário. Às vezes, não concordamos, mas temos que respeitar. Nossos poderes são independentes. Pela primeira vez na história do Brasil, estamos vendo os poderes independentes. Cada chefe de poder é responsável por conduzir o seu poder;, analisou.
O capitão reformado disse aos eleitores que tem conversado com os presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), entre outras autoridades. ;Faz parte da regra democrática. Estou tranquilo com minha consciência que estou buscando fazer o melhor para o meu país;, declarou, sem fazer menção a matérias específicas em tramitação no Parlamento.