Augusto Fernandes, Renato Souza
postado em 01/10/2019 06:00
Diante dos mandados de busca e apreensão cumpridos pela Polícia Federal na semana passada em dois endereços do ex-procurador-geral da República Rodrigo Janot em Brasília, a defesa do ex-chefe da PGR pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que os materiais recolhidos ;como celular, tablet, computador e HD externo ;, sejam devolvidos. Os objetos foram apreendidos em razão das declarações do ex-PGR de que pensou em assassinar o ministro do STF Gilmar Mendes, em 2017.
A advogada Paula Sion de Souza Naves argumenta que os aparelhos eletrônicos contam com informações profissionais de Janot e que sem eles o ex-PGR está impossibilitado de dar continuidade ao ;exercício de suas atividades como advogado, jurista e conferencista;. A ação policial, ordenada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes, aconteceu um dia depois de Janot revelar que compareceu armado a uma sessão plenária do Supremo, há dois anos, com a intenção de atirar na cabeça de Mendes e depois se suicidar. O ex-PGR faz menção ao episódio no livro escrito por ele ;Nada menos que tudo ; Bastidores da operação que colocou o sistema político em xeque;, mas não cita o nome do magistrado.
A obra, que será lançada oficialmente neste mês, já circula em formato digital nas redes sociais. A Editora Planeta do Brasil, responsável pelo livro, afirmou que ;pirataria é crime e a difusão de obra protegida por direitos autorais é grave infração; e que tomará as medidas legais com relação aos responsáveis. O subprocurador geral da República Moacir Guimarães Morais Filho solicitou ao Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) sejam retirados do livro os trechos em que Janot cita o momento em que ficou prestes a atirar contra Mendes. De acordo com o subprocurador geral, as declarações do ex-PGR constituem ;ato nocivo à sociedade e, às instituições, incita a violência;.