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Previdência: Alcolumbre culpa governo pela derrota no abono salarial

O texto-base da reforma foi aprovado nesta terça-feira (1/10)

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), afirmou que o governo precisava ter atuado mais atentamente para não deixar o plenário esvaziar, o que resultou na aprovação de uma emenda que muda o teor da reforma da Previdência e diminui em R$ 76,4 bilhões o impacto fiscal com a matéria nos próximos 10 anos. O texto-base da reforma foi aprovado nesta terça-feira (1/10).

Alcolumbre encerrou a sessão de votação dos destaques (sugestões de mudança) ao texto-base logo após os senadores reverterem o trecho que tratava do abono salarial para manter o benefício para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 1.996). "Infelizmente, o governo não tem voto. O governo tem que se organizar, conversar com os senadores", comentou.

"A sessão do Senado começou às 16h e o governo precisava atuar atentamente para não esvaziar o plenário, que votou a favor do texto principal. Se todos estivessem, teríamos 56 votos. Votaram o texto principal e saíram", disse Alcolumbre. Para barrar a mudança, o governo teria que garantir 49 votos, mas só teve 42.

Para o presidente da Casa, era preciso "ter um controle mais próximo do governo pedindo que não saíssem do plenário". Antes da votação do destaque, ele consultou os líderes partidários para saber se deveria continuar com a sessão, já que o plenário estava esvaziando e, com isso, o governo corria o risco de perder em algum ponto, como acabou acontecendo.

"Eu fiz uma observação na hora da votação. Perguntei a alguns líderes se poderia continuar com a votação, porque acompanhei que vários senadores não estavam em plenário, mas o restante dos líderes não identificou. Como é soberano, coloquei a matéria em votação", explicou Alcolumbre.

Cessão onerosa

Alcolumbre descartou a ideia de que a derrota do governo em relação ao abono salarial, na reforma da Previdência, tenha sido algum tipo de recado em relação à cessão onerosa. Os senadores têm protagonizado um embate com a Câmara sobre a repartição dos recursos do leilão do pré-sal e cobrado uma atitude do governo. Sem isso, dizem que não têm como vota a Previdência em segundo turno. "Não foi um recado [sobre cessão onerosa], foi uma votação", garantiu.