O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho (MDB-PE), espera que haja uma "reflexão" dos líderes partidários na retomada da votação de destaques à reforma da Previdência, nesta quarta-feira (2/10). A sessão de terça (1/10) foi encerrada após o governo sofrer uma derrota em relação à regra de acesso ao abono salarial.
A sessão foi encerrada após os senadores reverterem o trecho que tratava do abono salarial para manter o benefício para quem ganha até dois salários mínimos (R$ 1.996). O texto original previa que o benefício fosse pago apenas para quem recebe até R$ 1,3 mil.
Bezerra evitou falar em "traição política" no resultado do placar, que garantiu a vitória para a oposição. O governo precisava de 49 votos para barrar a mudança, mas só emplacou 42. "Isso é jogo político, decisão política. Estamos conversando com todos os parlamentares, após a votação, com alguns líderes de partidos, para que amanhã a gente possa chamar atenção da importância de manter o impacto fiscal da reforma", afirmou.
Ele admitiu que a redução na economia estimada, que diminuiu R$ 76,4 bilhões e passou para R$ 800 bilhões em 10 anos, foi "considerável". "Por isso que pedi para deixar os demais destaques para votar amanhã (quarta), para que haja uma reflexão da necessidade de que se mantenha essa compreensão de que o texto do senador Tasso precisa ser preservado", disse.
"Mas amanhã é outro dia e vamos trabalhar para encerrar a votação dos destaques e poder manter o máximo possível do texto aprovado pelo senador Tasso (Jereissati, relator da reforma no Senado)", acrescentou o líder do governo", acrescentou.