Politica

Guerra feroz contra corrupção

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 03/10/2019 04:11
Para Bia, é negativo quando a população não confia na Suprema Corte


Um dia depois de afirmar que o grupo de trabalho da Câmara dos Deputados responsável pela análise do Pacote Anticrime do ministro da Justiça e Segurança Pública, Sérgio Moro, "trucidou" as propostas do projeto, a deputada federal Bia Kicis (PSL-DF) críticou o Judiciário, sobretudo o Supremo Tribunal Federal. Em entrevista ontem ao programa CB Poder, parceria do Correio Braziliense com a TV Brasília, garantiu que a Operação Lava-Jato continua forte, apesar das reações contrárias, e que o país vive a disputa entre quem quer extirpar a corrupção e aqueles que desejam mantê-la e aperfeiçoá-la.

Quem controla o STF?
Não é à toa que se diz que a pior ditadura é a do Judiciário. Porque, contra essa, não há para quem reclamar. Sempre defendi as instituições. Creio que, para que a gente possa ter uma democracia, precisamos de instituições que funcionem, e precisamos de uma Suprema Corte de respeito. Não prego anarquia de forma alguma, mas acho muito ruim quando o povo não confia na Suprema Corte.

Como vê as últimas declarações do ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, de que cogitou assassinar o ministro Gilmar Mendes, do STF? Pode prejudicar a Lava-Jato?
Em hipótese alguma; continua forte, várias operações todos os dias. Estamos vivendo um momento de disputa entre a grande parte da sociedade que é do bem, que quer extirpar o mal, a corrupção e a impunidade, e um grupo muito menor, mas muito ativo.

A ação na casa de Janot ensejou comentários de vários juristas sobre a legalidade. Qual a sua opinião?
É um absurdo porque o caminho do crime é composto por várias etapas. Você tem a cogitação, o planejamento, os atos preparatórios e a execução. E o que você pode punir? A execução. Mas você nunca pode punir a cogitação. Que absurdo isso! Hoje a gente vive uma situação em que se você cogita um crime, pode ter seus bens apreendidos, pode ser alvo de investigação. Mas se você comete o crime, e é condenado, pode ser solto. Como a decisão do STF que mandou soltar gente já condenada por uma nulidade que não existe na lei, por mera interpretação.

Como você avalia a situação do ministro Sérgio Moro depois do vazamento dos diálogos pelo The Intercept e outros veículos de imprensa?
Não tem nada nos diálogos que pode manchar, riscar, arranhar a imagem do ministro Moro. Absolutamente nada. Agora, o que estamos vendo ser apurado em relação a esses hackers, a (Glenn) Greenwald, a David Miranda (deputado federal, PSol-RJ), Manoela D;ávila, aí a gente espera que haja uma punição, porque o crime cometido foi aí.

*Estagiária sob supervisão de Fabio Grecchi

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