postado em 09/10/2019 04:12
Com apenas uma semana no cargo, o general Roberto Severo Ramos foi exonerado pelo procurador-geral da República, Augusto Aras. Ele foi nomeado assessor especial para Assuntos Estratégicos do Ministério Público Federal (MPF). Apesar de chegar a ser nomeado no cargo, a permanência dele no posto ainda não estava garantida, como adiantou o Correio, domingo passado. Além de motivos pessoais para não ficar no posto, Severo não tinha o aval do presidente Jair Bolsonaro, embora tenha sido indicado pelo vice-presidente da República, Hamilton Mourão.
A nomeação de Severo objetivava estar à frente de uma série de auditorias para avaliar contratos, licitações e benefícios pagos a procuradores na gestão da ex-procuradora-geral da República Raquel Dodge. Além disso, de acordo com fontes ouvidas pela reportagem, também estaria na mira das auditorias um suposto sistema de grampos contra procuradores e servidores, que teria sido criado na gestão de Rodrigo Janot, e permanecido nos últimos dois anos. Oficialmente, o MPF nega que a existência desse esquema de escutas esteja na mira da gestão atual, e considera que o assunto "é antigo e já foi respondido pela PGR;.
A nomeação de Severo gerou tensão entre integrantes das gestões anteriores e a atual da PGR, o que motivou a exoneração de integrantes da equipe, alguns a pedidos e outros não. No tempo em que permaneceu no cargo, chegou a realizar varreduras no gabinete de Augusto Aras e em outras salas da Procuradoria. Também produziu relatórios de segurança com recomendações sobre a condução de assuntos considerados relevantes dentro da instituição.
Antes de ir para a PGR, Severo teve breve passagem como secretário executivo da Secretaria-Geral da Presidência da República, quando era chefiada pelo também general Floriano Peixoto, entre maio e junho deste ano. Antes disso, foi chefe de gabinete do ex-ministro Eliseu Padilha, na Casa Civil.
Segundo a assessoria de comunicação da PGR, ;o general Severo Ramos solicitou sua exoneração (...). Foi responsável por varredura no sistema de segurança do gabinete do procurador-geral e de diversas salas da sede da PGR. Ele deixou um relatório com sua análise sobre o quadro de segurança institucional do órgão. Entre as recomendações está a de que o serviço de segurança institucional deve ser conduzido por civis;.
- Noite de autógrafos de Janot em Brasília redime fracasso
Em concorrida noite de autógrafos, o ex-procurador-geral da República, Rodrigo Janot, recebeu público e convidados para o lançamento do seu livro de memórias Nada menos que tudo, na Livraria Leitura do shopping Pier 21, no Lago Sul, em Brasília. Ao contrário da apresentação anterior, que reuniu poucas pessoas, por volta das 20h, segundo a gerência da loja, haviam sido vendidos ; incluindo as realizadas ao longo do dia ; 220 exemplares de um estoque de 500. O número é bem superior aos 43 comercializados, segunda-feira, em São Paulo, no primeiro dia da série de lançamentos. Novamente Janot não falou com a imprensa.