postado em 09/10/2019 04:13
Maia e Huck
Dia desses, na tradicional reunião que os partidos do Centrão fazem às quartas-feiras, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pediu para que levassem o apresentador Luciano Huck. Recebeu sinal verde de todos os partidos presentes ; Republicanos, PL, PP, MDB, Avante e Solidariedade. A conversa ainda será marcada, mas a intenção de Maia em chamar o também empresário para uma conversa com tantos partidos, e o aceite geral, mostra que essas agremiações procuram desde já uma alternativa para fugir da polarização PT versus Jair Bolsonaro.
Esses movimentos são considerados para lá de precipitados, uma vez que as premissas para a próxima eleição presidencial ainda não estão postas. Porém, vão virar motivo de preocupação para o governo, porque demonstram um certo desdém com a perspectiva de apoiar a reeleição do presidente da República. Essa atitude de Maia, de colocar Huck na roda dos potenciais aliados de Bolsonaro, associada às declarações de que a agenda de Bolsonaro geraria conflito com o DEM, indica que, se o presidente quiser a reeleição, terá que segurar o PSL. O partido hoje presidido por Luciano Bivar (PE) ganhou musculatura no ano passado graças a Bolsonaro, ao ponto de conquistar a maior fatia do fundo eleitoral e partidário.
Jogos eleitorais I
Parte das legendas de centro estão empenhadas no que consideram sua primeira missão rumo a 2022: tirar Joice Hasselmann do PSL e fazer dela prefeita de São Paulo, num projeto alternativo ao bolsonarismo. Nesse sentido, as portas do DEM, por exemplo, estão escancaradas para recebê-la.
Jogos eleitorais II
As apostas de parcela dessas legendas de centro são de que a eleição paulistana ficará entre Joice e o ex-governador Márcio França (PSB). Quanto ao PT, a sensação dos políticos é de que levará uma geração para que a população volte a recuperar a confiança no partido de Lula.
Bolsonaro respira...
A consultoria Capital Político foi conferir o que os parlamentares pensam do governo Bolsonaro e de seus ministros. Descobriu uma melhora significativa em relação a abril. Naquele mês, a nota para a relação entre governo-Congresso, de 0 a 10, ficou em 3,6 no geral. Agora, subiu para 5,1. ;Agora o governo tem um status que sugere que o Planalto tem capacidade de prever o resultado de suas iniciativas legislativas e canais razoavelmente abertos junto ao Parlamento;.
; e a Tributária sai
Dos 139 deputados ouvidos, 53% consideram que a reforma Tributária passa. A PEC 45, proposta apresentada pelo novo presidente do MDB, Baleia Rossi, com base no projeto do economista Bernard Appy, é vista como aquela com mais chances de aprovação por 47% dos entrevistados.
Curtidas
Mandetta, o boa praça/ O ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta (foto), ficou em primeiro lugar, com 12% das citações como o ministro que tem a melhor relação com o Parlamento. O ministro da Economia, Paulo Guedes, e a da Agricultura, Tereza Cristina, empataram com 9% das citações cada um. O dos Transportes, Tarcísio Gomes de Freitas, ficou com 8%. Sérgio Moro (Justiça) e Marcos Pontes (MCT) ficaram com 5% cada um.
Nem tanto/ O governo, porém, precisa ficar atento no quesito da relação de seus ministros com o Congresso: 14% das excelências ouvidas consideraram que nenhum deles tem uma boa relação e 14% não souberam responder.
O precursor/ O ministro de Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, tem se dedicado a preparar os acordos que Bolsonaro assina em suas viagens internacionais. Para os Emirados Árabes e Catar, uma das próximas paradas do presidente, virão acertos na área de inteligência artificial.
O astronauta/ A carreira de Pontes ajuda a abrir portas. Por onde passa, há curiosidade sobre o seu período na Nasa. Nos Emirados, por exemplo, o seu cicerone disse que o príncipe herdeiro falava pouco, e a conversa, pedida pelo príncipe, seria curta. Mohammed bin Zayed Al Nahyan conversou com o ministro por 40 minutos e saiu entusiasmado em fechar acordo com o Brasil.