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Bolsonaro suspende indicação de Eduardo para Embaixada nos EUA

Procurado, o Palácio do Planalto informou que não comenta o assunto. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, comentou aos amigos que não conversou com o pai sobre esse tema

Rosana Hessel
postado em 17/10/2019 22:46
[FOTO1]A batalha mal sucedida do presidente Jair Bolsonaro em tentar colocar o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), na liderança do PSL da Câmara, minou as poucas chances de o filho 03 assumir a Embaixada do Brasil nos Estados Unidos. De acordo com parlamentares próximos ao chefe do Executivo, Bolsonaro suspendeu a indicação em meio ao desgaste político.

Procurado, o Palácio do Planalto informou que não comenta o assunto. Eduardo Bolsonaro, por sua vez, comentou aos amigos que não conversou com o pai sobre esse tema.

O presidente anunciou a escolha do filho para chefiar uma das mais importantes representações do Brasil no exterior em julho, mas ainda não formalizou a indicação do junto ao Senado. Essa demora tem atrasado, inclusive, o processo junto ao Ministério das Relações Exteriores de apresentação do nome aos senadores. O deputado vinha fazendo o corpo a corpo com os parlamentares pessoalmente, dispensando os técnicos do Itamaraty, como é de praxe, apesar de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, já ter dado o sinal verde em tempo mais curto que o tradicional.

Para assumir o comando de uma Embaixada brasileira no exterior, o nome escolhido pelo Presidente da República precisa ser sabatinado pelo Senado, onde ele tem que provar, entre outras coisas, ter capacidade técnica para exercer o cargo. Uma das principais críticas à indicação de Eduardo para ser embaixador é a falta de experiência. Só que, de acordo com senadores ouvidos pelo Correio, até agora, Bolsonaro não conseguiu nem a metade dos votos necessários. Para ser aprovado, o mínimo é de 41 dos 81 senadores da Casa.

Nesta quinta-feira (17/10), a Casa Branca anunciou a escolha do diplomata de carreira Todd Chapman como novo embaixador americano em Brasília. Ao contrário de Eduardo, Chapman já atuou em nove países: Equador, Afeganistão, Moçambique, Bolívia, Costa Rica, Nigéria, Uganda, Taiwan e Brasil. Aqui, foi consultor e vice-chefe de missão na Embaixada americana em Brasília.

Com o clima mais tenso no Congresso devido à mais uma crise política, a aprovação de Eduardo, que já estava difícil, ficou menos provável, segundo senadores que têm apoiado o governo nas últimas votações. Recentemente, o presidente afirmou que preferia aguardar a votação da reforma da Previdência para só então enviar o nome do filho para ser sabatinado pelo Senado.

Erro


Na avaliação da deputada estadual de São Paulo, a jurista Janaina Paschoal (PSL), a candidatura de Eduardo "é um erro" e o mais correto para o presidente fazer é desistir dessa ideia. ;Seria o certo. Essa história já causou muito desgaste. Não tem sentido insistir nisso;, comentou a jurista, uma das autoras do pedido de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. ;Quero o bem de todos eles, mas alguém tem que dizer a verdade. Até por querer o bem;, completou.

Em entrevista recente ao Correio, a deputada explicou que Bolsonaro não pode indicar o filho para ser embaixador. ;Eu entendo que fere a lei da probidade administrativa. É o princípio da probidade a impessoalidade. E é flagrante que ele (o presidente) está indicando o filho por ser filho;, criticou. (Colaborou Denise Rothenburg)

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