Politica

Liminar mantém dissidentes

postado em 23/10/2019 04:25
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A disputa interna no Partido Social Liberal (PSL) mudou de cara nesta semana. Primeiro, tomou ares mais discretos, com parlamentares falando em panos quentes após a reviravolta de segunda-feira, quando o deputado Delegado Waldir (GO) perdeu o cargo de líder do partido para Eduardo Bolsonaro (SP). Depois, chegou à Justiça pela primeira vez, com decisão liminar que, novamente, fortalece os parlamentares dissidentes. Ainda se fala em uma nova lista, que retiraria o filho do presidente da República do cargo para restituí-lo a Waldir. Mas, fica difícil saber com o silêncio que tomou a legenda.

Com a liminar do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios, concedida pelo juiz substituto da 6;Vara Cível, Alex Costa de Oliveira, a executiva nacional do PSL terá que esperar para suspender 19 deputados da sigla. No processo cautelar, o grupo alegou perseguição.

A decisão judicial protege General Girão (RN) - responsável pela lista que nomeou Eduardo Bolsonaro ;, Alê Silva (MG), Bibo Nunes (RS), Bia Kicis (DF), Coronel Armando (SC), Vitor Hugo (GO), Luiz Ovando (MS), Carla Zambelli (SP), Chris Tonietto (RJ), Luiz Philippe de Orleans e Bragança (SP), Sanderson (RS), Márcio Labre (RJ), Carlos Jordy (RJ), Filipe Barros (PR), Daniel Silveira (RJ), Junio Amaral (MG), Guiga Peixoto (SP) Helio Lopes (RJ) e o próprio Eduardo.

O deputado Eduardo Bolsonaro, novo líder do PSL, falou com o Correio ao deixar o Senado. Ele admitiu a existência de ;outras listas; que podem destituí-lo da liderança, mas afirmou que, por enquanto, está firme na função, e chegou a afirmar que, no máximo hoje, a crise do partido chegaria ao fim. ;Eu acredito que esteja definida (a situação como líder). Mas, como vocês estão vendo, está havendo uma sucessão de listas. Não posso garantir que não ocorrerá mais uma. Tecnicamente, o que define minha liderança é a última lista protocolada. Até esse momento, a última lista é a meu favor, então, estou como líder;, afirmou.

Questionado sobre a possibilidade de reunir a bancada do PSL depois do racha do partido, Eduardo, ao estilo do pai, fez comparações com divórcio e casamento. ;A gente já viu até casal divorciado voltar a se casar. Por que não voltar a reunir todo mundo na bancada? Tem espaço para a gente trabalhar em relação a isso. A gente não precisa morrer de amores uns pelos outros, mas focar nas pautas que interessam ao país. Mais uma vez, me comprometo a não fazer qualquer tipo de retaliação. Não é do meu estilo. Estou vendo, do outro lado, atitudes que vão ao encontro dessa questão de botar panos quentes. O pior da turbulência já passou;, garantiu.

O parlamentar também está evitando aumentar o tom. Disse que deixou de citar nominalmente colegas de partido e garantiu que ninguém será penalizado pelo que ocorreu. ;Eu estou evitando falar em redes sociais, falando de maneira bem genérica com a imprensa, nominalmente, não cito nenhum deputado. Depois dessa semana, o mais tardar, amanhã, isso vai ser 100% página virada. Ninguém aguenta tanto tempo nessa discussão. Está na hora de voltar os olhos para o Brasil, as pautas que interessam para a o país voltar a crescer, reduzir desemprego, aumentar segurança, fazer o nosso trabalho;, disse.

Fake news

Ele não quis comentar as acusações da deputada e correligionária Joice Hasselmann, ex-líder do governo no Congresso. Em entrevista ao portal UOL, na segunda-feira, a parlamentar afirmou que os filhos políticos do presidente atuam nas redes sociais por meio de perfis de fachada para difundir fake news. De acordo com a deputada, o esquema se daria por meio de pelo menos 1.500 perfis falsos, que alimentam uma rede propulsora de informações chamada de ;milícia digital;, nas palavras da paramentar. ;Não é só fake news, mas também campanhas de difamação;, acusou.


;Quem articulou foi o Delegado Waldir;


Em agenda oficial no Japão, o presidente Jair Bolsonaro comemorou, de Tóquio, a aprovação da reforma da Previdência em segundo turno no Senado, com placar de votação de 60 votos a favor e 19 contra. Ele aproveitou para ironizar a crítica recorrente que recebe, segundo a qual não sabe articular politicamente e, de quebra, alfinetou o deputado federal Delegado Waldir (GO). ;Foi 60 para a gente. Não articulei nada, não sei articular. Quem articulou foi o Delegado Waldir;, disse rindo. Em meio à crise , o ex-líder do PSL protagonizou com Eduardo Bolsonaro a disputa pela liderança do partido e chegou a chamar o presidente de ;vagabundo;, em áudio vazado. Bolsonaro comemorou a aprovação da reforma nas redes sociais. ;Parabéns povo brasileiro! Essa vitória, que abre o caminho para nosso país decolar de vez, é de todos vocês! O Brasil é nosso!
GRANDE DIA!”.

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