Rosana Hessel
postado em 23/10/2019 12:50
[FOTO1]O senador Plínio Valério (PSDB-AM) deu uma enquadrada no ministro da Economia, Paulo Guedes, e no presidente Jair Bolsonaro ao pedir a palavra na tribuna do plenário do Senado nesta quarta-feira (23/10), antes do início da votação dos últimos destaques da reforma da Previdência. Ontem (22/10, o texto-base foi aprovado em segundo turno com 60 votos favoráveis. Segundo ele, o Congresso deu o recado, agora eles não tem mais desculpa para trabalharem, sinalizando que esperam que agora o ministro apresente a sua agenda econômica definitiva.
;Toma, Presidente, a bola agora está contigo. Pare de reclamar, pare de estar de braços cruzados. Faça alguma coisa, ministro Paulo Guedes. A reforma foi dada, o Congresso entendeu, na sua maturidade, a reforma, tão difícil, foi dada a você. Agora, trabalhe;, afirmou ele, ao declarar o voto favorável à mudança no sistema de aposentadorias que prevê uma economia de pouco mais de R$ 800 bilhões para os cofres da União em 10 anos. E continuou: ;Não inventa que agora depende da reforma tributária. Não invente mais nada, por favor. Faça este país destravar, andar, viver, chegar lá na base, porque, se a base não foi atendida, se a base não tiver condições, a coisa explode.;
Pelas estimativas do mercado coletadas pelo Banco Central, a economia brasileira este ano deverá crescer 0,87%, abaixo da taxa de 1,1% registrado em 2017 e 2018, ou seja, está desacelerando. Não à toa, devido à falta de demanda e ao desemprego elevado, a inflação está controlada.
O parlamentar ainda disse para o ministro esquecer a capitalização e o Chile, país que atravessa uma crise civil no momento, com várias manifestações contra o governo
desencadeado pelo aumento das passagens do transporte público. ;Está aí a reforma da Previdência. Com a bola presidente Bolsonaro, com a bola o ministro Paulo Guedes. Mas esqueçam o Chile, esqueçam o seu sistema de capitalização, façam bom proveito da reforma da Previdência, parem de reclamar e parem de querer jogar sobre os ombros do Senado toda a responsabilidade ; que agora é sua, que agora é do Executivo ; de destravar este país, de fazer o país funcionar;, comentou.
O país sul americano, inclusive, foi bastante citado ontem pelos deputados da oposição no plenário da Câmara. Eles faziam constantemente a comparação de que o ;Chile é o Brasil amanhã;, em referência às reformas defendidas pelo ministro Paulo Guedes, que participou da equipe que reformulou a política econômica do ditador Augusto Pinochet, na década de 1970. ;O progresso tem que estar acompanhado do bem estar do cidadão. A renda per capita do Chile, os altos índices disso e daquilo, mas, lá em baixo, na pirâmide, o povo sofre. E é aquele povo que sofre com o transporte público, com tarifa que aumenta, com a energia que aumenta;;, destacou Valério.