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"OEA acertou ao pedir auditoria dos votos na Bolívia", diz Bolsonaro

Em terras árabes, o presidente assinou dois acordos bilaterais. Ele ainda comentou as eleições na Argentina: "Esperamos que aquilo que ele [Fernández] falou há pouco, quando visitou Lula no Brasil, sobre rever a questão do Mercosul, que ele volte atrás", defendeu o chefe do Executivo

Ingrid Soares
postado em 27/10/2019 13:57
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Em Abu Dhabi, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) declarou neste domingo (27) não confiar no resultado das eleições da Bolívia, que deu vitória a Evo Morales no primeiro turno. Ele defendeu o posicionamento da Organização dos Estados Americanos (OEA), que pediu a recontagem de votos.
"Estamos acompanhando. No meu entender a OEA tomou decisão acertada pedindo revisão da recontagem dos votos. Queremos que Bolívia permaneça país amigo nosso, temos negócios com eles, em especial do gás, mas não abrimos mão da questão democrática".
Segundo Morales, se alguma fraude for comprovada, ele afirmou participar do segundo turno.
Ao comentar a situação das eleições na Argentina, com a possibilidade de ganho para Alberto Fernández, o chefe do Executivo usou um tom mais ameno. "Da nossa parte pretendemos ampliar qualquer comércio com a Argentina, mas, obviamente, como integrante do Mercosul, as cláusulas democráticas têm que se fazer valer", apontou.
"Esperamos que aquilo que ele [Fernández] falou há pouco, quando visitou Lula no Brasil, sobre rever a questão do Mercosul, que ele volte atrás".
Anteriormente, o presidente brasileiro havia afirmado que, se o resultado nas urnas fosse positivo para a chapa de esquerda Alberto Fernandez (Cristina Kirchner), isso poderia colocar em risco o Mercosul. Em uma ação coordenada com o Uruguai e Paraguai, ele disse que poderia ainda isolar a Argentina do bloco.
Bolsonaro apontou que caso a oposição vencesse, queria a abertura comercial contínua do atual presidente, Mauricio Macri.
"Em caso contrário, podemos nos reunir com Paraguai e Uruguai e tomarmos uma decisão não semelhante àquela [contra o Paraguai]. Sabemos que a volta da turma do Foro de São Paulo da Cristina Kirchner pode, sim, colocar em risco todo o Mercosul. E em possivelmente colocando, repito, possivelmente, temos que ter uma alternativa no bolso", destacou.
Em terras árabes, Bolsonaro repetiu que as manifestações que ocorrem no Chile "preocupa a todos". "(Esta é uma) Questão interna. Tenho bom relacionamento com Piñera, espero que lá tudo seja resolvido. Mas, logicamente, o que aconteceu num primeiro momento, com depredação do patrimônio, preocupa a todos nós;, destacou. Bolsonaro já havia classificado os protestos chilenos como "atos terroristas".
O presidente participou hoje da sessão de abertura do seminário empresarial "Criando negócios e oportunidades entre Brasil e Emirados Árabes e pontes com a Ásia" e da cerimônia de troca de Atos Internacionais. Em seguida, almoçou com o Xeque Mohamed bin Zayed Al Nahyan, Príncipe Herdeiro de Abu Dhabi. Ele também se encontrou com atletas brasileiros e emiráticos de jiu-jitsu. Participou de uma reunião com o Xeque Mohamed bin Rashed Al Maktoum, vice-presidente, primeiro-ministro dos EAU e governante de Dubai. Visitou a Grande Mesquita Xeque Zayed e se reuniu com o presidente da Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan) e empresários brasileiros e emiráticos.
Na troca de atos internacionais, foram anunciados dois acordos bilaterais: O de assistência mútua em matéria aduaneira, que estreita a cooperação entre as autoridades aduaneiras de ambas as partes mediante troca de informações e o de troca e proteção mútua de informação entre os países.
Foram assinados memorandos sobre a formação de um fundo de cooperação para a expansão da capacidade produtiva do setor de armamentos, uma parceria estratégica relacionada ao desenvolvimento, produção e comercialização na área, cooperação em inteligência artificial e conservação de biodiversidades.

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