Em meio à confusão do governo, até o impacto fiscal da reforma da Previdência nas contas públicas em 10 anos ainda é controverso. Pelas estimativas do governo, está em pouco mais de R$ 800 bilhões, mas, pelos cálculos da Instituição Fiscal Independente (IFI), essa economia é bem menor, de R$ 630 bilhões.
Esse valor é levemente superior ao piso tolerável de R$ 600 bilhões imposto pelo mercado. Não à toa, a aprovação em segundo turno foi comemorada pelos agentes financeiros, que fizeram a Bolsa de Valores de São Paulo (B3) bater recordes, ultrapassando a barreira de 107/108 mil pontos. Mas analistas mais conservadores acreditam que a euforia para a B3 atingir os 125 mil pontos está se esgotando.
Poucas medidas vindas do governo podem alavancar a B3 para algo além de 112 mil pontos no fim do ano, na avaliação do economista-chefe da Necton Investimentos, André Perfeito. ;A reforma da Previdência passou, e o cenário externo continua turbulento. Daqui para frente, é preciso mais cautela em relação ao mercado acionário.;
Ele acrescentou que ;do ponto de vista político, as reformas de Paulo Guedes vão precisar de uma articulação maior do que a que ocorreu na Previdência. O mercado não dá muita atenção às declarações polêmicas do presidente Jair Bolsonaro e os reflexos na agenda econômica, mas o fato é que a discussão para avançar qualquer pauta precisará de uma melhor atuação do chefe do Executivo. Ele é quem vai ter que assumir o papel de grande articulador com o Congresso;, alerta. (RH)