Politica

Celso de Mello sobre vídeo de Bolsonaro: 'Atrevimento presidencial'

Em nota, o ministro do STF ainda apontou o post do presidente como ''grosseiro''

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 29/10/2019 00:19

[FOTO1];Atrevimento presidencial parece não encontrar limites;. Em nota divulgada à imprensa na noite desta segunda-feira (29/10), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello respondeu a um post do presidente Jair Bolsonaro. No vídeo postado pelo líder do Executivo, um grupo de hienas atacam um leão, sendo que existem indicações em forma de legendas de que o leão representa Bolsonaro e as hienas diversas instituições brasileiras, entre elas o STF. Posteriormente o vídeo foi apagado.

;A ser verdadeira a postagem feita pelo Senhor Presidente da República em sua conta pessoal no Twitter, torna-se evidente que o atrevimento presidencial parece não encontrar limites na compostura que um Chefe de Estado deve demonstrar no exercício de suas altas funções, pois o vídeo que equipara,ofensivamente, o Supremo Tribunal Federal a uma ;hiena; culmina, de modo absurdo e grosseiro, por falsamente identificar a Suprema Corte como um de seus opositores;, aponta a nota de Celso de Mello.

O ministro ainda defendeu que o país não é uma ;selva;, e que não existe um líder como o leão que ;imperasse com poderes absolutos e ilimitados;.

Leia a nota na íntegra:

;A ser verdadeira a postagem feita pelo Senhor Presidente da República em sua conta pessoal no ;Twitter;, torna-se evidente que o atrevimento presidencial parece não encontrar limites na compostura que um Chefe de Estado deve demonstrar no exercício de suas altas funções, pois o vídeo que equipara,ofensivamente, o Supremo Tribunal Federal a uma ;hiena; culmina, de modo absurdo e grosseiro, por falsamente identificar a Suprema Corte como um de seus opositores.


Esse comportamento revelado no vídeo em questão, além de caracterizar absoluta falta de ;gravitas; e de apropriada estatura presidencial, também constitui a expressão odiosa (e profundamente lamentável) de quem desconhece o dogma da separação de poderes e, o que é mais grave, de quem teme um Poder Judiciário independente e consciente de que ninguém, nem mesmo o Presidente da República, está acima da autoridade da Constituição e das leis da República.


É imperioso que o Senhor Presidente da República ; que não é um ;monarca presidencial;, como se o nosso País absurdamente fosse uma selva na qual o Leão imperasse com poderes absolutos e ilimitados ; saiba que, em uma sociedade civilizada e de perfil democrático, jamais haverá cidadãos livres sem um Poder Judiciário independente, como o é a Magistratura do Brasil.;

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