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US$ 10 bilhões para projetos

Correio Braziliense
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postado em 30/10/2019 04:04
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Na véspera de retornar ao Brasil após a viagem mais longa ao exterior desde que assumiu o Palácio do Planalto, o presidente Jair Bolsonaro fechou o principal acordo do périplo à Ásia e ao Oriente Médio com o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. O país vai investir US$ 10 bilhões (R$ 40 bilhões) do seu fundo soberano no Brasil. Ainda não foi definido em quais setores os recursos serão aplicados.

Por meio de comunicado oficial, a Presidência da República informou que Bolsonaro e Mohammed bin Salman ;discutiram perspectivas para o fortalecimento de investimentos bilaterais entre o Brasil e a Arábia Saudita; e que ;os dois lados expressara apoio à concordância do Fundo de Investimento Público saudita em explorar potenciais oportunidades de investimentos mutuamente benéficos;.

O ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, que acompanha Bolsonaro na viagem, explicou que os dois países vão instituir um conselho de cooperação para solucionar as questões pendentes e dar fluidez na aplicação dos recursos do fundo. Onyx espera que o dinheiro possa ser usado já a partir de 2020, principalmente nos programas da carteira do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI).

;No ano que vem, o PPI tem um conjunto muito grande de ofertas, quer na área de óleo e gás, quer na área de portos e aeroportos, rodovias e ferrovias. Temos, por exemplo, grande interesse na Ferrogrão, do Mato Grosso ao Pará, importantíssima para o Brasil. São praticamente mil quilômetros de ferrovia, com um custo de mais de US$ 3 bilhões;, comentou Onyx.

Durante a visita, a Brasil Foods (BRF), donas das marcas Perdigão e Sadia, anunciou que vai investir US$ 120 milhões em uma nova unidade na Arábia Saudita para processamento de produtos de frango, incluindo empanados, marinados, hambúrgueres e outros. Além de servir ao mercado saudita, os produtos também poderão ser exportados para outros países na região.

Tarde com o príncipe

Antes de firmar o acordo, Bolsonaro enalteceu a figura do príncipe herdeiro da Arábia Saudita, ao dizer que tem ;certa afinidade; com ele e ainda garantiu: ;Acho que todo mundo gostaria de passar uma tarde com um príncipe, principalmente vocês, mulheres. Vou ter essa oportunidade hoje (ontem);.

A Arábia Saudita é um dos países mais conservadores do mundo e mantém leis que restringem a liberdade das mulheres. Elas são mantidas sob o controle de um ;tutor masculino;, que pode ser o pai, o marido, irmãos ou mesmo filhos, e devem obter permissão do familiar masculino mais próximo para estudar ou para se casar.

Em agosto último, o governo autorizou reformas para tentar mudar a imagem negativa do país. Às mulheres foi permitido obter passaporte e viajar ao exterior sem o consentimento prévio do tutor. Além disso, as restrições impostas ao trabalho das mulheres foram abrandadas.

Recentemente, Mohammed bin Salman assumiu ;total responsabilidade; pela morte do jornalista Jamal Khashoggi em 2018, no consulado saudita em Istambul (Turquia), mas negou ter dado a ordem para que ele fosse morto. (AF)

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