Politica

Mourão classifica depoimento de porteiro como 'fraco', mas admite incômodo

Presidente em exercício avalia não ter impacto para ''derrubar o governo%u201D, embora admita que %u201Cperturba o bom andamento do serviço''

Rodolfo Costa
postado em 30/10/2019 11:23

[FOTO1]O presidente em exercício, Hamilton Mourão, saiu em defesa do presidente Jair Bolsonaro a respeito do depoimento de um porteiro ouvido em depoimento à Polícia Civil do Rio de Janeiro (PC-RJ) sobre o assassinato da vereadora Marielle Franco (PSol). O vice-presidente classificou o testemunho como ;muito fraco;, questionou a condução das investigações feitas pela autoridade policial do estado, e avalia não ter impacto para ;derrubar o governo;, embora admita que ;perturba o bom andamento do serviço;.

As ponderações de Mourão foram feitas com base na reportagem do Jornal Nacional, . O presidente em exercício evitou bancar a defesa para que a investigação seja conduzida pela Polícia Federal (PF), mas sinalizou que, se as apurações não forem conduzidas de ;forma correta;, o ideal é que saia das mãos das autoridades do estado fluminense e passem a ser conduzidas em âmbito federal. ;Se chegar à conclusão que o inquérito lá do Rio efetivamente não está sendo conduzido de forma correta, eu acho que o presidente tem toda a autoridade para tentar buscar uma defesa dele, até que o cidadão seja ouvido por outras pessoas;, analisou.

O Ministro da Justiça, Sérgio Moro, foi acionado para que demande a PF a ouvir o porteiro. Mourão, por sua vez, não considera a decisão uma intervenção indevida de poderes. ;O estado do Rio de Janeiro está investigando por meio da sua polícia um crime que ocorreu lá. (...) Não quero entrar em outros detalhes, pois o inquérito está sendo conduzida pela polícia do Rio, e a gente sabe que a polícia do Rio, parte dela, está envolvida nesse crime;, ponderou.

O vice-presidente avalia com naturalidade a reação do presidente. Em live na terça-feira (29/9), o presidente se defendeu e disse que a reportagem tenta insinuar que ele teria tido alguma participação no assassinato de Marielle. O presidente refutou as informações e criticou a Globo ; em mais de uma ocasião desde a reportagem ir ao ar. Para Mourão, o presidente da República reagiu ;com muita calma;. ;Toda pessoa que é atingida de forma desleal, e quando sabe muito bem que não tem nada a ver com o processo, a pessoa se sente triste, enraivecida, muitas vezes;, declarou.

Como frisou Bolsonaro e a própria reportagem, o presidente, então deputado federal, estava na Câmara dos Deputados na data do homicídio. As provas são vídeos e registros em participações plenárias. Por esse motivo, Mourão avalia o depoimento como ;muito fraco;. ;Não era o caso de ter feito o escândalo todo que foi feito em cima disso, que é um depoimento fraco. (...) Não dá para derrubar o governo dessa forma, mas que perturba o bom andamento do serviço, como se diz na linguagem militar, perturba;, comentou.

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