postado em 31/10/2019 04:13
O último dia do presidente Jair Bolsonaro em solo asiático antes de retornar a Brasília ficou marcado pelo seu discurso no Davos do deserto, fórum econômico promovido pela Arábia Saudita que contou com a presença de, pelo menos, 300 participantes de 30 países diferentes. Durante a sua fala, que durou aproximadamente 20 minutos, Bolsonaro revelou que o Brasil foi convidado, de forma informal, pela Arábia Saudita a fazer parte da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep).
;É o primeiro passo para talvez implementar essa política no Brasil. Temos potencial para isso, temos reservas de óleo maiores que alguns países que já integram a Opep;, comentou o presidente, acrescentando que ;em 10 anos, o Brasil será o quinto ou sexto maior produtor de petróleo do mundo;.
Criada em 1960, a Opep é uma organização intergovernamental, que visa centralizar da elaboração das políticas sobre produção e venda do petróleo dos 14 países integrantes, como a própria Arábia Saudita, Iraque, Kuwait e Venezuela.
Na quarta-feira da semana que vem, o governo federal tem a estimativa de arrecadar pelo menos R$ 106,5 bilhões com o megaleilão do pré-sal, que vai ofertar o petróleo excedente que a Petrobras recebeu durante o processo de capitalização da companhia. Bolsonaro convidou os sauditas para fazerem parte da cessão onerosa. ;Gostaria que os senhores participassem com muita vontade. Podemos formar uma grande parceria. Ajudando na estabilidade para o preço do petróleo para o mundo;, anunciou.
Acordos
O presidente encontrou empresários do Oriente Médio numa tentativa de atrair mais investimentos árabes ao Brasil, como o CEO do SoftBank Group, Masayoshi Son. Além disso, firmou seis tratados com o rei da Arábia Saudita, Salman bin Abdulaziz, entre eles a concessão de vistos de visita para cidadãos de ambos os países, um acordo de cooperação em defesa entre os Ministérios da Defesa das duas nações, um memorando de entendimento entre o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e o Fundo Saudita de Desenvolvimento.
De acordo com a Presidência da República, os dois mandatários ;identificaram várias áreas de interesse mútuo para a cooperação e investimentos;, tais como agricultura, indústria, energia, mineração, infraestrutura, transporte, ciência e tecnologia e inovação.
Segundo Bolsonaro, ;o Brasil tem um mar de oportunidades; a oferecer para investidores. ;Acredito que nenhum país do mundo tem o que nós temos, com toda a certeza, uma das melhores terras agricultáveis do mundo, que pode garantir aos senhores a segurança alimentar;, analisou.