postado em 01/11/2019 04:04
[FOTO1]Jair Bolsonaro e Hamilton Mourão voltaram a divergir, dessa vez sobre a possibilidade de anunciar, em breve, de onde viria o petróleo que polui o litoral nordestino. Na quarta-feira, o vice-presidente ; ainda na condição de presidente em exercício ; disse que havia ;uma boa chance; de apresentar o desfecho da investigação nesta semana e teorizou que o derramamento seria uma ;ejeção de porão; ; despejo de óleo no mar para aumentar a estabilidade da embarcação ao navegar. Porém, ontem, o presidente afirmou que está difícil descobrir a origem do óleo.
;Ninguém sabe a origem ainda. Diminuiu bastante a possibilidade de se encontrar e ter um responsável. Não temos nada de concreto. De modo que nada podemos anunciar;, afirmou, na saída do Palácio do Planalto.
Já o ministro da Defesa, Fernando Azevedo, admitiu ontem que as manchas podem chegar ao Sudeste, o que corrobora as observações do cientista José Carlos Seoane, do Departamento de Geologia da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Ele avisou a detecção de uma grande mancha de óleo no litoral sul da Bahia.
Mas, na quarta-feira, depois de divulgar imagens e análises técnicas do que seria a mancha a cerca de 54 quilômetros do litoral baiano, a Marinha negou que fosse óleo. O Ibama até emitiu nota técnica atribuindo a imagem a registros meteorológicos ; mas, ontem, reconheceu o avanço da substância rumo a Santa Cruz de Cabrália (BA).
Diante da possibilidade cada vez maior de o óleo chegar ao Sudeste, o governo do Estado de São Paulo constituiu um grupo de trabalho caso a mancha se aproxime do litoral paulista.
Pesca liberada
O Ministério da Agricultura recuou e liberou a pesca de camarão e lagosta no Nordeste, um dia após anunciar o veto à atividade. A justificativa foi de que o governo federal não apresentou estudos técnicos que motivassem a proibição. Cientistas têm alertado para riscos de contaminação em peixes e frutos do mar, e um estudo da Universidade Federal da Bahia (UFBA) já apontou resquícios do poluente nesses animais. Em nota, a ministra Tereza Cristina informou que a instrução normativa publicada esta semana, que antecipava para 1; de novembro o período de defeso de camarão e lagosta, será cancelada.
Pesquisa da UFBA, divulgada na semana passada, detectou resquícios de óleo em 38 animais marinhos de várias espécies. Os cientistas acharam metais pesados nas amostras, o que pode causar danos à saúde humana.
Novo suspende ministro Salles
A Comissão de Ética do partido Novo decidiu suspender a filiação do ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles. A decisão foi divulgada pelo partido ontem, que em nota cita dispositivo de seu estatuto que prevê suspensão em caráter liminar (temporário) quando há ;risco de dano grave e de difícil reparação à imagem e reputação do Novo;. A decisão foi tomada dentro do processo que analisa a expulsão de Salles, solicitada pelo deputado estadual Chicão Bulhões, do Rio. O ministro tem sido alvo de críticas por suas declarações controversas e pela sua atuação diante da crise do desmatamento e das ações de monitoramento e retirada do óleo no Nordeste. Salles não foi indicação do partido para o Ministério.