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Politica

Bolsonaro adota tom pragmático com Fernández, mas avisa que não irá à posse

Presidente admitiu ter torcido pela vitória do presidente argentino Maurício Macri, mas deixou claro que espera de Fernández uma boa relação comercial

[FOTO1]O presidente Jair Bolsonaro mudou o tom em relação ao presidente eleito da Argentina, Alberto Fernández, e adotou uma postura mais pragmática. Nesta sexta-feira (1;/11), admitiu ter torcido pela vitória do presidente argentino Maurício Macri, mas deixou claro que espera de Fernández uma boa relação comercial. Deixou claro, contudo, que não irá à posse do futuro chefe do Executivo federal do país vizinho.

A postura era esperada. Depois de um início de mandato de relação desgastada com a comunidade árabe e a China, em decorrência de algumas desavenças em razão da proximidade sinalizada pelo governo brasileiro com os Estados Unidos e Israel, Bolsonaro cumpriu viagem de 12 dias na Ásia, onde se reuniu com autoridades e empresários chineses e árabes. Como a Argentina é o principal parceiro comercial do Brasil na América Latina, interlocutores avaliam com naturalidade a inflexão.

O presidente garantiu que não retaliará as relações com a Argentina e espera de Fernández uma postura comercialmente semelhante a de Macri. ;Torci, né, pelo outro candidato (Macri), mas, já que ganhou (o Fernández), vamos em frente. Da minha parte, não tem qualquer retaliação com o governo argentino, e espero que eles continuem fazendo política conosco semelhante com o que Macri fez até o momento;, comentou.

A ideia é que o relacionamento seja estritamente pragmático. Bolsonaro sinalizou que, da parte dele, não fará qualquer esforço para buscar um relacionamento mais próximo com Fernández, a exemplo da boa convivência que mantém com Macri. O aceno disso virá da ausência do capitão reformado da posse do presidente eleito argentino. ;Não vou falar se devo ou não devo (ir). Não vou, está decidido;, afirmou.