Politica

Opep: prós e contras

Correio Braziliense
Correio Braziliense
postado em 02/11/2019 04:03
O convite da Arábia Saudita para o Brasil entrar na Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) será discutido entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, na próxima semana. O aceno foi feito na visita do chefe do Executivo federal ao país árabe, após reuniões com autoridades sauditas, incluindo o príncipe herdeiro Mohammed Bin Salman. No entanto, ;prós e contras; elencados pelo governo impediram a aceitação imediata.

A primeira consulta de Bolsonaro a Bento Albuquerque foi feita ainda na Arábia Saudita. Ontem, na saída do Palácio da Alvorada, o presidente comentou ter telefonado ao ministro ainda durante viagem. ;Conversei rapidamente com o ministro Bento, das Minas e Energia, e ele falou: ;presidente, tem prós e contras, não podemos decidir de uma hora para outra;. Então, devemos conversar na semana que vem;, disse.

Ainda ontem, em evento em São Paulo, o ministro da Economia, Paulo Guedes, disse que não faz sentido o país ingressar num cartel. ;Promover desorganizações sociais em outros países com choques de petróleo não está no cardápio do Brasil;, disse o ministro, acrescentando que o governo tem concepções liberais e jamais fortaleceria cartéis ;para encurralar democracias;.

A Opep tem a tradição de interferir na cotação do petróleo. Na década de 70, optou por reduzir a produção para valorizar a commodity, o que derrubou economias, inclusive a brasileira, e provocou a maior crise da história do setor.

Ao comentar o assunto, o presidente fez uma analogia do convite com um pedido de namoro. ;É um convite apenas, igual um namoro, né? ;Quer namorar comigo, não quer?; Parte para outra ou fica mandando rosa, que é o que fazemos aí para conseguir nossa felicidade. Então, estamos trabalhando nessa linha aí;, comentou.

Saída para o Pacífico

À parte o convite para a Opep, Bolsonaro reforçou que o Brasil tem interesse em manter um bom relacionamento comercial com a Arábia Saudita. E comentou o acordo pelo qual os sauditas se comprometeram a investir US$ 10 bilhões no Brasil. No que depender do presidente, os recursos serão aplicados em projetos de infraestrutura, sobretudo na área de transporte. Gostaria de ver isso investido, em, em grande parte, em ferrovias, para mudar nosso modal de transporte. Pretendemos, quem sabe, fazer a saída pelo Pacífico, partindo do Acre, e essa é uma ideia inicial;, explicou.




Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação