Politica

''A censura já voltou a este país'', diz Caio Blat

Ator participa de audiência pública no Tribunal sobre decreto do governo que altera a estrutura do Conselho Superior de Cinema. Além dele, a atriz Dira Paes, Caetano Veloso, Ingrid Guimarães e outros artistas participam da audiência convocada pela ministra Cármen Lúcia

Renato Souza
postado em 04/11/2019 17:15
[FOTO1]O ator Caio Blat criticou, nesta segunda-feira (4/11), o decreto do presidente Jair Bolsonaro que altera a estrutura do Conselho Superior de Cinema. De acordo com Caio, diversos filmes estão sendo censurados em todo o país por órgãos públicos. O artista afirma que o cancelamento de produções ocorre por motivações políticas e ideológicas.

O Supremo realiza nesta segunda uma audiência pública para discutir a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 614, apresentada pela Rede contra um decreto do presidente da República. Caio Blat afirmou que um de seus filmes foi suspenso em uma mostra da Caixa Cultural no Rio de Janeiro por abordar o regime militar. "Neste momento, no Rio de Janeiro, cinco títulos foram cortados da mostra cultural da Caixa. Alguns, foram tirados por conta do título, como o "Todo mundo tem problemas sexuais. O meu filme foi cortado por que termina em 1964. Por que ele termina no final da revolução", disse.

De acordo com o ator, além dos filmes, peças de teatro também estão sendo alvo de perseguição por parte do poder público, com a suspensão de patrocínios e o cancelamento das apresentações. "A censura já voltou a esse pais. Estamos sabendo diariamente de peças sendo canceladas. Todos os dias tem cancelamentos de peças que já estavam marcadas por conteúdo ideológico, sexual, por conta da diversidades", disse.

Além dele, a atriz Dira Paes, Caetano Veloso, Ingrid Guimarães e outros artistas participam da audiência convocada pela ministra Cármen Lúcia. "Precisamos lembrar as pessoas que a gente vive em um Estado laico? Isso está acontecendo agora", afirmou Dira Paes durante sua fala. Ela declarou que motivos religiosos estão sendo usados como argumento para censura. Os participantes reclamam da paralisação da Agência Nacional de Cinema (Ancine), com o corte de verbas.

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