postado em 06/11/2019 04:13
[FOTO1]A medida mais importante para destravar a economia deve ser as mudanças no serviço público. A avaliação é do diretor executivo da Instituição Fiscal Independente do Senado Federal (IFI), Felipe Salto. ;Há uma tentativa de possibilitar a redução de jornada e pagar proporcional. Mas é preciso ter cautela também, porque um conjunto de ações ambicioso como esse vai depender da aprovação do Congresso e isso não é nada trivial;, disse, em entrevista ao CB. Poder, parceria entre o Correio Braziliense e a TV Brasília.
O economista acredita que o pacote de medidas nas áreas fiscal e do Pacto Federativo, entregues pela equipe do ministro Paulo Guedes, não devem ter impacto direto na geração de empregos. ;Não é direta a relação. Nos últimos anos, a gente avançou muito com a despesa. Temos um Estado que não cabe no PIB;.
Salto frisou que a arrecadação das medidas não deve visar investimentos, mas sim a cobertura do déeficit fiscal. ;Hoje a dívida pública está em 80% do PIB, a média dos emergentes é 55% do PIB. Temos já muito acima e com uma dívida crescendo sem parar. Essa diretriz geral que o governo está dando vai no rumo correto.;
Reforma sem data
A meta de que as medidas passem em 60 dias na Câmara, e 45 dias no Senado, é muito otimista, avalia Salto. Ele também acredita que a reforma tributária não tenha sido esquecida. ;Eu acho que ela não vai caminhar tão rápido porque é mais difícil que esse pacote emergencial, envolve interesse dos estados e municípios. Talvez essa comissão especial ajude a aprimorar aí o debate para o próximo ano.;
O próprio ministro Paulo Guedes não estipulou data para o envio da proposta da tributária. O projeto é previsto para chegar ao Congresso na próxima semana, mas, há meses, os parlamentares aguardam a contribuição do Executivo para tocar as discussões. Tramitam no Senado e na Câmara duas propostas, nenhuma com a digital do Palácio do Planalto.
Guedes admitiu que a tributária é uma das medidas que levam mais tempo para tramitar, mas se disse confiante no trabalho do Legislativo. Ele lembrou que a reforma administrativa, também na fila, será avaliada pela Câmara e a tributária, por uma comissão mista de deputados e senadores.
* Estagiária sob supervisão de Fabio Grecchi