postado em 14/11/2019 04:13
[FOTO1]A sessão plenária da 11; Cúpula dos Brics acontece hoje, mas o presidente Jair Bolsonaro deu o pontapé inicial nas negociações comerciais ontem. Em reunião bilateral, no Palácio do Itamaraty, com o presidente da China, Xi Jinping, os dos chefes de Estado se dispuseram a ampliar a parceria nas áreas econômica, jurídica e cultural. Os governos brasileiro e chinês assinaram nove atos, entre os quais se destaca o intercâmbio de tecnologia na área do agronegócio. O Brasil facilitará a venda de sua expertise na área e a China responderá aportando investimentos e negociando sua tecnologia na área social e em infraestrutura e construção. A ideia é usar a inovação na busca pelo crescimento econômico.
A busca por tecnologia e desenvolvimento da economia digital acabou sendo o foco principal das conversas entre China e Brasil, que teve uma diferença de enfoque. Enquanto Bolsonaro se concentrou nas relações bilaterais, Xi Jinping aproveitou o evento diplomático para defender a multilateralidade e a redução do protecionismo no comércio global, numa referência à guerra comercial que trava com os Estados Unidos. ;Vamos nos esforçar para que a cúpula obtenha resultados frutíferos e emita sinais positivos de apoio ao multilateralismo, que dá justiça internacional e desenvolvimento aos países;, destacou.
A relação entre os dois países em 2019 não começou bem. Em outubro do ano passado, durante a campanha eleitoral, Bolsonaro criticou a relação entre os dois países. ;A China não compra no Brasil. A China está comprando o Brasil;, disse, à época. Empossado, porém, o presidente adotou o pragmatismo e, ontem, enalteceu o bom relacionamento com o principal parceiro comercial do país. ;A China é nosso primeiro parceiro comercial e, com toda minha equipe, bem como com o empresariado brasileiro, queremos mais que ampliar, queremos diversificar nossas relações comerciais;, disse o chefe do Executivo.
Em discurso após a assinatura dos atos, Bolsonaro destacou que a China ;faz parte do futuro do Brasil;. ;O nosso governo vai, cada vez mais, tratar com o devido carinho, respeito e consideração esse gesto do governo chinês;, declarou, em referência ao apoio explícito da China à soberania brasileira sobre a Amazônia, durante a crise das queimadas na região, entre setembro e outubro. ;Todos nós, brasileiros e chineses, temos o que ganhar em momentos como esse;, avaliou. Assuntos políticos, porém, ficaram notoriamente fora dos encontros de ontem dos líderes do Brics, e não sem razão. Afinal, China e Rússia, por exemplo, apoiam o governo de Nicolás Maduro na Venezuela, hostilizado por Bolsonaro. A Rússia condenou, ainda o golpe que levou à renúncia de Evo Morales na Bolívia. Desse modo, a economia deu o tom das conversas.
Os afagos de Bolsonaro foram retribuídos por Xi Jinping, que se dispôs a trabalhar com o Brasil pela promoção do intercâmbio e ;confiança mútua;. ;Vamos aproveitar nossas vantagens para o desenvolvimento comum, com igualdade, abertura (de mercado) e benefícios ao povo. A China gostaria de tratar a cooperação de três ou mais partes baseada no respeito às vontades dos países para fazer um bolo maior e realizar ganhos compartilhados;, disse. ;Concordamos que China e Brasil são os principais mercados emergentes;, acrescentou.
Diversificação
O encontro com Xi Jinping antecedeu a reunião de Bolsonaro com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, recebido à tarde no Palácio do Planalto. No encontro, eles acertaram a visita do presidente brasileiro à Índia, em 26 de janeiro, Dia da República naquele país. Entre os assuntos debatidos com o mandatário indiano, a diversificação das relações comerciais no setor alimentício foi o tema central. ;Modi salientou o interesse indiano nas áreas de processamento de alimentos e da agropecuária, haja vista o conhecimento e a tecnologia das empresas brasileiras;, informou uma nota da Presidência da República. Durante a conversa, Bolsonaro disse ;ser importante prever, por ocasião de sua visita à Índia, atividades paralelas para aproximar os setores privados dos dois países; e disse querer ampliar a cooperação em áreas como bicombustíveis e tecnologia.
"Vamos aproveitar nossas vantagens para o desenvolvimento comum, com igualdade, abertura (de mercado) e benefícios ao povo. China e Brasil são os principais mercados emergentes;
Xi Jinping, presidente da China